Simpatia
e confiança
Você pode
gostar de quem não merece sua confiança, você pode, inclusive, gostar de quem você
sequer confia. Pessoas traiçoeiras costumam ser interessantes, humoradas e
pacíficas, se você convive com elas, cedo ou tarde, vai começar a gostar delas.
A vida
nos coloca diante de situações inusitadas, situações que são, teoricamente,
discrepantes e absurdas. Exemplo disso é você, no local de trabalho, na família,
no clube ou na academia simpatizar com uma pessoa na qual você não confia.
Essas são
aquelas pessoas com as quais os assuntos principais devem ser “bobagens”,
superficialidades. Pessoas com as quais você deve confraternizar, dar risadas e
se divertir, sem jamais trocar confidencias, abrir a sua vida, contar seus
planos, suas dores, seus sonhos.
Sinal de inteligência,
todavia, é perceber quem é digno de sua confiança e quem deve, da sua boca,
ouvir apenas piadas, lamentações e tolices. Em não raros casos, abrir demais a
vida para quem é indigno de confiança é assinar um contrato de sofrimento
futuro com garantia de algumas lágrimas.
Quem não diferencia
o confiável do não confiável, cedo ou tarde se decepciona, se estrepa, se
lasca. Aprender a conhecer as pessoas, calar mais do que falar, observar mais
do que se expor, conversar mais do que gargalhar é sempre uma dádiva. Uma
dádiva necessária.
Cláudia
de Marchi
Passo
Fundo, 27 de abril de 2012.
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