Paixão: a
droga.
A paixão colhe
nossa inteligência, a paixão afoga nossa intuição, deturpa nossos sentidos. A paixão
é uma droga que usamos alegremente, ela nos dá prazer, mas nos tira muitos
sentimentos valiosos.
A paixão tem
um gosto doce, nos deixa marcas na pele, no coração, na alma, todavia, a razão é
o seu antídoto e, quando ele funciona, o que era alegria se torna dor.
Uma dor
estranha, uma espécie de arrependimento que arranha a alma. A paixão, assim
como qualquer sentimento que envolve o homem é perigosa. Ele consegue enxergar,
mas não vê nada, ela turva sua visão, lhe faz ver o que convém, o que é bom, o
que é melhor do que a realidade.
A paixão,
como qualquer outra droga, mata o homem aos poucos, mas só mostra o seu lado
feio, seu lado pérfido, quando o individuo tenta se afastar dela. Enquanto a
pessoa esta por ela envolvida, nada dói demais, nada é pesado, ruim ou
demasiado desagradável.
É quando
o homem tenta se afastar dela, quando ele tenta recuperar seu altruísmo e independência
emocional que percebe os efeitos devastadores de tal sentimento. É na abstinência
que a droga mostra a sua verdadeira face.
Ele tenta
sair, algo lhe prende. Ele tenta fugir, algo lhe segura. Ele tenta ser livre,
algo lhe aprisiona. Ele tenta ser “ele mesmo”, mas descobre que se perdeu
quando achava que tinha tudo, quando achava que o mundo estava sob os seus pés,
mas, na verdade, era a realidade quem lhe esmagava.
Cláudia
de Marchi
Passo
Fundo, 26 de abril de 2012.
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