Confiança e
decepção
Disse o
House para uma paciente: "Não dependa de gente que irá
decepcioná-la!". A mulher chorou, afinal a maioria das pessoas prefere
achar que não será decepcionada por pessoas nas quais confiam, por quem elas
amam.
A verdade é
que todo mundo pode lhe decepcionar, independente do amor que sintam por você,
independente, enfim, do "tal" amor ser recíproco. Ame, adore, admire,
sinta-se atraído e apaixonado, mas nunca dependa de pessoa alguma!
Depender é entregar ao outro mais do que o próprio coração, é
dar-lhe a alma e o arbítrio, é dar-lhe poder total sobre você. Se você não
consegue estabelecer uma relação afetiva sem criar laços de dependência, sinto
informar, mas você precisa de um bom psicanalista. Você tem problemas, sérios
problemas!
Amar não é depender, aliás desconfio que onde há dependência
existe apenas carência e falta de amor próprio. Amar é respeitar os
defeitos, aceitar o que não é agradável, ansiar pelo que o outro tem de bom,
adorar seu lado admirável e silenciar diante do lado feio daquele que se ama.
Amar é se deixar conhecer, é abrir os braços e o coração para
o outro entrar sem saber se ele não irá levar algo de você, amar é confiar, é
dividir, somar e multiplicar numa única equação. Mas nunca, em hipótese alguma,
amor será sinônimo de dependência.
Quem depende quer para si, não sabe dar, quem depende se
sujeita a tudo, porque não se ama, quem depende é tapete, é capacho do outro.
Quem depende não admira, apenas precisa e, sobretudo, quem depende não ganha
afeto, ganha piedade.
Então, resta-me dizer que não se deve dar credibilidade, atenção
e confiança para pessoas que irão lhe decepcionar ou que já lhe decepcionaram.
Quem é bom não precisa de chances, quem é bom não precisa pedir perdão. Quem é
bom cuida de você e não lhe magoa nenhuma vez.
Passo
Fundo, 18 de junho de 2012.
Cláudia de
Marchi
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