Esquizóides
Existe um
tipo excêntrico de ser humano que não gosta de “não ser gostado”, eles não aceitam
a rejeição, um bloqueio básico no MSN,o desvio de uma chamada no celular, a ausência
de resposta a um e-mail.
Não sei se essas pessoas são estranhas e egocêntricas ou são
masoquistas, vejamos: se a pessoa não quer lhe atender, lhe responder e, enfim,
falar com você, não parece óbvio que a pessoa não lhe estima?
Para as pessoas relativamente normais parece, mas esses
seres esquizóides querem respostas, eles não se contentam com o subentendido,
com as entrelinhas ou por faltar-lhes inteligência para elaborar um silogismo, simples:
“eu insisto, eu escrevo, ele me ignora, logo me despreza” ou por se superestimarem
em demasia.
Afinal, seu caráter é demasiado valoroso, suas idéias são
raras, seu sofrimento é um troféu, suas superações são honrosas, logo, tudo que
eles possam expressar merece a sua atenção, você deve lhes ouvir, é impossível não
gostar de uma pessoa tão especial assim!
Você deve ser educado, cordial, afetuoso, mesmo que você não
goste deles, ignorá-los não é o suficiente, é preciso estimá-los tanto a ponto
de dizer-lhes: “Olha, você não combina muito com as minhas expectativas!”.
Independente de como chamem esse trejeito estranho, na
minha cabeça isso é insanidade, é doença, é coisa de gente demasiado carente
que se apega a qualquer um que lhes diga “bom dia” ou “boa noite”. Sim, meus
caros, existem esses psicopatas de aparência frágil que confundem boa educação com
bem querer.
Se eu gosto, eu respondo, mando mensagem, escrevo, dou “oi”,
me faço presente, se eu não gosto, eu prefiro confiar na inteligência alheia
enquanto as empresas de telefonia funcionarem: ligou, ligou, mandou email e sms, mas não obteve resposta, sem querer ofender meu amigo, desiste de mim,
porque eu não gostei de ti! Ou será que é melhor dizer isso na cara? Eu me
omito, porque acho que o silencio dói menos do que as palavras, mas, existe
louco pra tudo neste mundo. Valha-me Deus! Custa entender que ninguém é "obrigado" a "gostar" de ninguém!
Passo
Fundo, 04 de junho de 2012.
Cláudia de
Marchi
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