Solidão e
relacionamentos
Quando você
se acostuma a viver só, quando você se acostuma a viver em companhia do próprio
silencio, a dormir e acordar sozinho, não é qualquer companhia que lhe faz bem,
que lhe faz feliz.
Quando você
amadurece e se torna emocionalmente independente, quando você entende que, por
mais que alguém lhe ame, o seu destino só pode ser regido por você, a sua visão
acerca do mundo e do amor muda: não é “qualquer pessoa” que fará você sair da
sua “zona de conforto” intima.
Você sabe
que consegue passar por seus piores momentos sem que ninguém lhe estenda a mão,
você sabe quantas vezes chorou a noite sem ter ninguém para lhe consolar, você sabe
quantas decepções enfrentou sem receber apoio algum.
Então você vê que a vida não é cruel, mas a sua realidade
é prática: você nasce sozinho e morre sozinho, é preciso se acostumar a ser só.
Não digo que não existam pessoas boas ao seu redor, do nascimento à morte, eu
falo da sua alma, daqueles segredos e anseios íntimos que apenas você conhece e
não compartilha com ninguém. Falo da solidão da essência do ser humano.
Pois bem, então você compreende-se e não se contenta com
qualquer companhia, você se habitua à sua rotina e pessoas diferentes de você podem
lhe irritar, enfim, você não se apaixona fácil, se torna mais duro, mais frio,
mais decidido e ciente do que deseja.
Ter uma companhia e um relacionamento simplesmente para “ter”
é algo demasiado tosco para quem amadureceu e aprendeu a viver sozinho. Você
quer completude, afinidades, o máximo e não o mediano ou o mínimo. E, veja que redundância:
quanto maior a sua maturidade, mais difícil fica de você entabular um
relacionamento, afinal, a maioria é medíocre demais.
Passo
Fundo, 13 de junho de 2012.
Cláudia de
Marchi
bonito e profundo. adoro a sua cronica
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