Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 5 de junho de 2012

Gente normal


Gente normal

Tem coisas com as quais eu não simpatizo, jeito de gente que eu não suporto. Não sou perfeita e nem pago impostos para sê-lo, eu sou eu, quem gosta, gosta, quem não gosta, odeia, e não me interessa, frise-se.
Eu não gosto de gente fútil, acho horríveis aquelas pessoas que vão a um lugar e falam “aqui só tem gente bonita”. Como se ser belo fosse a maior virtude do mundo, o objetivo da humanidade.
Gente bela, gente feia, para mim, gente é gente e tem valor pelo que é, pelos valores que possui, não pelo abdômen tanquinho, coxas torneadas, lábios carnudos e melenas bem cuidadas. Eu gosto de gente boa, de gente que é sexy pelas atitudes e personalidade que tem.
Eu não distingo as pessoas pela aparência que elas possuem, mas pelo caráter e valores que abrigam em si, esses sim, são para sempre, e tendem a se aprimorar, enquanto a beleza deprecia.
Também não gosto de pessoas que só sabem falar “eu” e fazer perguntas aos outros. Gosto de quem se expõe, sem ser chato, sem se achar o centro do universo. Gosto de quem indaga, porque tem interesse em saber sobre o que pergunta, não por hábito ou costume.
Gosto de pessoas alegres, humoradas e sarcásticas, mas, principalmente, gosto de gente espontânea, de quem não se faz de santa, de equilibrada, de justa e de honesta quando o passado e os atos dizem o contrário. Eu gosto de quem “é”, não de quem “faz de conta” que é.
Gosto de gente educada, delicada e gentil, mas detesto bajuladores. Não gosto de pessoas que querem me agradar, gosto de quem me agrada mesmo sem querer, gosto de quem me agrada pelo que é, e não pelo empenho que faz em ser considerado “querido” por mim.
Gosto de quem me deixa livre para fazer o que quero, gosto de quem respeita as minhas vontades e aceita os meus “nãos” como resposta. Não gosto de quem insiste. Quando eu quero, eu quero, quando eu não quero, desista! Suma da minha frente, ou eu sumirei da sua.
Tenho asco à desonestidade, a pessoas levianas que agem ou já agiram sem sopesar os efeitos de seus atos nas suas vidas, não gosto de quem prejudica alguém para obter lucros, não gosto de quem pisa na moral e nos bons valores para ter uma vida mais fácil e depois se faz de vitima dos “infortúnios” da vida.
Eu gosto de gente transparente, de gente séria, de gente equilibrada, de gente mentalmente saudável, mas não gosto dos “pseudo perfeitos”, daqueles que não bebem, não comem gordura, não ultrapassam o limite de velocidade e não correm riscos. Não gosto de gente chata, de gente que acha que a sua vida é um exemplo. Eu gosto mesmo é de gente normal e gente normal nunca é perfeita.


Passo Fundo, 05 de junho de 2012.

Cláudia de Marchi

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