A independência emocional das minhas "mães".
Certa vez a psicóloga que frequentei durante alguns meses me disse
que as mulheres da família da minha mãe são demasiado independentes da presença
de companhia. Elas não têm necessidade de carinho, de beijos, de nada relativo
ao sexo oposto. Elas fazem artesanato, sublimam na arte o que os demais
procuram nas pessoas.
Na época, como eu namorava, aliás, nunca havia ficado mais do
que 6 meses solteira e tinha uns 24 anos, logo, eu pensei que eu não teria
"puxado" a capacidade da minha mãe e de minhas tias de viverem
sozinhas.
Todavia, dois anos após o meu divórcio eu cheguei à conclusão
que a criação da gente influência demasiadamente as nossas escolhas, mas, com
um adendo: eu ainda acredito no amor. Não perdi a fé nos homens como minhas
"mães" perderam, apesar de me sentir bem sozinha, como elas, eu tenho
a escrita, livros e um gato persa.
Todavia, eu acredito que existem pessoas que
"combinam" com você, existem pessoas que irão lhe fazer feliz no
diálogo e na cama, pessoas que você irá admirar, pessoas que, ao menos do seu
ponto de vista, serão excelentes e encantadoras.
Acontece que o tempo passa e você se torna exigente demais,
por mais que você acredite no amor, então, de repente, me encontro no meio do
"costume" com a solidão e da espera por aquilo que dificilmente se
encontra. Sou as minhas boas crenças românticas e um pouco do realismo das mulheres da minha família materna.
Eu preciso encontrar algo que mexa com a minha estrutura
interior, que me dê vontade da presença, do afeto, das palavras, do carinho,
algo que me faça, além de apaixonar, amar por todos ou motivos (ou falta deles)
pelos quais a gente ama alguém. Mas, e dai se nunca aparecer? Eu tenho a
alegria das minhas tias e da minha mãe como exemplo. Amor frustrado e solidão
não matam ninguém, dependência emocional sim.
Passo
Fundo, 27 de junho de 2012.
Cláudia de
Marchi
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