Amar admirando.
O amor me realiza, me dá animo, me alegra, me
alenta, me entusiasma, me extasia, mas existe algo, além dele, que me emociona,
que me leva às nuvens, que me realiza: a admiração.
O amor é um sentimento que se mostra grandioso na
medida em que não se explica, só se sente. Mas quando ele vem acompanhado de
uma profunda admiração, se torna indissolúvel e inabalável.
Quando você admira alguém, você se sente pleno, você
confia no outro, você confia em si mesmo, inclusive porque ama alguém que lhe
surpreende positivamente a cada dia, ato, palavra ou gesto.
Admirar ao outro é a forma mais madura e feliz de
amar. Se você admira, se você sente encantamento, então, meu caro, acredite,
isso não é paixão, não é mero sentimento que lhe bate a porta e sai correndo: é
amor!
Amor daqueles que surpreendentemente tocam a sua
caminha, entram, sentam-se em seu sofá e nunca mais saem de dentro da sua casa.
E seu coração é o seu lar e é lá que o sentimento sente-se à vontade, faz
morada e lhe faz feliz.
Se apaixonar não se explica, é questão de química, atração
e toda aquela série de “coisas” incompreensíveis que nos embriagam. Admirar,
porém, é embriagar-se de felicidade sem ter amnésia, sem desconhecer razões,
fatos e circunstancias.
O amor é o pileque de felicidade que nos apaga os
sentidos, a admiração junto com o amor é o pileque de felicidade que nos faz
sorrir, gargalhar, dançar, caminhar na chuva, perder a vergonha, nos despir,
sem perder o tino, sem perder a racionalidade.
Amar é esplendorosamente gostoso, mas admirar a
quem se ama nos causa uma realização inominável. Descobrir no outro um pouco de
nós ou o que gostaríamos de ser é sensacional, nos dá confiança e uma sensação deliciosa
de ter “acertado o pulo”. Só quem admira o parceiro conhece tal realização. Inebriante
sensação!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 19 de novembro de 2014.
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