Divagações acerca das predileções de aparência física.
Eu sou uma pessoa estranha. Objetiva ao extremo, eu
diria. Não curto imparcialidade, não gosto de “generalidades”. Curto o preto,
curto o branco, detesto o cinza. Detesto o vácuo, detesto o que abrange tanto
que não define nada. Odeio, tenho asco.
Falando sobre tipos de predileção física há meses
com uma amiga ela me mostrou que sim, eles existem. Todavia, a gente não curte
delimita-los, porque, não raras vezes, nos apaixonamos por quem não está dentro
dele. E isso não é reprovável ou estranho.
As pessoas precisam saber que uma coisa é o que faz
seu coração vibrar, uma coisa é o que lhe cativa pelo jeito de ser, pelo sorriso,
por aquele “que” especial que só uma pessoa encantada enxerga, outra, muito
diferente, é o que o nosso “eu materialista” prefere, é o que o nosso olhar,
desprovido de afinidade ou paixão, encara. Literalmente.
Todo mundo tem predileções, ao menos no que tange a
porte físico. Quando juntamos corpo com rosto o caldo entorna. Um sujeito
bonito de rosto afasta qualquer descompasso com corpo na maioria das pessoas. Enfim,
antes um gordinho com rosto lindo do que um cidadão sarado e sensual cujo rosto
parece que foi atropelado por um caminhão. E, se o gorduchinho ainda fizer o
seu tipo de predileção mental e psíquico, então, paixão na certa!
Entendeu a diferença? O conjunto importa, sendo que,
para a maioria das pessoas, é o rosto (local do primeiro contato e onde está a
boca que beijamos) que tem um “peso” maior no nosso instinto de atração.
Claro, haveremos de diferenciar o “lindo” do “bonito”:
o lindo é aquele que tem tal simetria, tal altura, tal largura, tal rosto que
se torna unanime. Mesmo que você só goste de loiros, um moreno lindo vai atrair
o seu olhar. O lindo, nada mais é do que o praticamente incontestável. Aquilo que
quase ninguém coloca defeito, que atrai a maioria dos olhares, aquilo que é
democrático, enfim.
O lindo costuma ser o meio termo de tudo o que há. Nem
alto, nem baixo, nem gordo, nem magro, nem estreito, nem demasiado largo, nem
fraco, nem demasiado forte. O lindo, assim como a linda, tem o que é necessário,
nem em demasia, nem de menos.
Em que pese tal fato, nem sempre será o lindo ou a
linda que terão um intelecto capaz de nos conquistar, cujas palavras, pensamentos,
cultura, postura e simpatia irá nos cativar, a ponto de ele ser por nós amado. Pessoas
lindas são olhadas por todos, mas amadas apenas por quem, além de atrair-se por
elas, simpatizam com sua essência e mente.
Todos têm tendência a gostar de um tipo físico ou
outro, em especial quando o assunto é corpo, afora, é claro, os incontestáveis seres humanos lindos que atraem
qualquer olhar. Rosto qualquer um concorda com o que é belo: pele lisa, bonita,
boca e dentes bonitos, nariz pequeno nas mulheres, olhos expressivos, simetria,
enfim. O nosso cérebro reconhece um belo rosto.
Já, quando o assunto é corpo, a coisa varia. Conheço
quem curta gordinhos, altos, musculosos, magros, esqueléticos. O mesmo para
homens. Tem os que gostam das fisicamente abastadas, exageradas, tem os que
curtam as magricelas, e tem os que gostem de carne, muita carne. Das gordinhas,
enfim.
Em que pese, não afastemos disso tudo a lindeza. Uma
pessoa com um corpo simétrico, nem demais, nem de menos, costuma ser unanime,
cativa os que curtem o excesso e os que curtem a singeleza demasiada. Mas, o “corpo
lindo” é exceção, logo, a maioria vai se filiar aos demasiado magros, gordinhos
ou gordos. Sempre haverá um tipo, quer você queira, quer não.
Refiro-me aos tipos do dia a dia, não a exceção que
são os lindos. A regra na nossa vida é encontrarmos beleza, não lindeza,
entende?! Beleza é aquilo que não é incontestável, mas é belo, o lindo é democraticamente
unanime. É o equilíbrio, não a perfeição, frise-se bem, porque perfeito ninguém
é, só programas de computador deixam o “fisicamente equilibrado” perfeito. Enfim,
revistas, fotos, filmes.
Então, não venha me dizer que você não tem um tipo
de predileção. Você pode amar quem não se adeque a sua predileção, isso é
comum, porque o amor está muito além de tendências de atração, mas, se o coração
e a mente não falassem o seu olhar escolheria um tipo. Descubra qual seria,
para não ser demasiado vago em suas afirmações. Simples assim.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 27 de novembro de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.