Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Deliciosamente loucos!

Deliciosamente loucos!

Toda loucura é perdoada diante da felicidade. Para mim, meu amigo, não importa quais são seus crimes, não importa o quanto você é despudorado, não me importam seus pensamentos desconexos, sua ausência de definição acerca de você mesmo e do mistério da vida, para mim não importa se você perde as estribeiras, se você chora, se você grita, se você pula, se você cai.
Para mim não importa o que lhe desequilibra, lhe agita, lhe ensandece. Para mim não importa quão grande seja a sua loucura, quão grande seja a sua inspiração e pequenas maluquices, para mim só me interessa saber se você é feliz. Porque ser insano é uma questão de instinto, de alma, mas ser infeliz é uma questão de escolha. E, com licença, se você é triste, amargo, frustrado, para mim você é chato, e eu não suporto chatice, não gosto dos politicamente corretos, não gosto dos perfeitos e dos alinhados.
Eu gosto de gente insana, porém feliz, porque para todo o resto dos malucos do mundo existem psicotrópicos, existem remédios e eu curto mesmo é gente maluca e incurável, porque a cura podaria o seu riso e qualquer remédio sufocaria sua alegria e seu brilho.
Eu gosto de genialidade, eu gosto de arte, eu gosto de insanidade, mas, acima de tudo, eu gosto de alegria, de mentes livres, de cabeças abertas, de risos, de gargalhadas, de felicidade, entusiasmo e amor à vida.
Gente psiquiatricamente enferma, aquela para a qual a farmacologia descobriu remédios, gente perturbada por tristeza, desanimo, instabilidade de humor e desequilíbrio emocional patológico costuma nutrir piedade de si mesma. A sua doença lhes faz apiedarem-se de si e se afastar de tudo e todos que lhes alegram.
Existe nestes loucos um culto à insanidade triste, dolorida e pesarosa. Lamento, mas como não sou psiquiatra e nem ganho dinheiro com tais pessoas, devo dizer: elas me anojam. Não consigo engoli-las bem.
A loucura que me entusiasma é a daqueles com os quais me identifico, os alegres, libertos, os que mudam de ideias, porque tem ideias, os que cometem pequenas loucuras, os que não andam sempre “na linha”, aqueles cujo trem da tristeza e falta de amor a vida nunca passa por cima.  

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 03 de novembro de 2014.

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