Deliciosamente loucos!
Toda loucura é perdoada diante da felicidade. Para
mim, meu amigo, não importa quais são seus crimes, não importa o quanto você é
despudorado, não me importam seus pensamentos desconexos, sua ausência de
definição acerca de você mesmo e do mistério da vida, para mim não importa se
você perde as estribeiras, se você chora, se você grita, se você pula, se você
cai.
Para mim não importa o que lhe desequilibra, lhe
agita, lhe ensandece. Para mim não importa quão grande seja a sua loucura, quão
grande seja a sua inspiração e pequenas maluquices, para mim só me interessa
saber se você é feliz. Porque ser insano é uma questão de instinto, de alma,
mas ser infeliz é uma questão de escolha. E, com licença, se você é triste,
amargo, frustrado, para mim você é chato, e eu não suporto chatice, não gosto
dos politicamente corretos, não gosto dos perfeitos e dos alinhados.
Eu gosto de gente insana, porém feliz, porque para
todo o resto dos malucos do mundo existem psicotrópicos, existem remédios e eu
curto mesmo é gente maluca e incurável, porque a cura podaria o seu riso e
qualquer remédio sufocaria sua alegria e seu brilho.
Eu
gosto de genialidade, eu gosto de arte, eu gosto de insanidade, mas, acima de
tudo, eu gosto de alegria, de mentes livres, de cabeças abertas, de risos, de
gargalhadas, de felicidade, entusiasmo e amor à vida.
Gente
psiquiatricamente enferma, aquela para a qual a farmacologia descobriu
remédios, gente perturbada por tristeza, desanimo, instabilidade de humor e desequilíbrio
emocional patológico costuma nutrir piedade de si mesma. A sua doença lhes faz
apiedarem-se de si e se afastar de tudo e todos que lhes alegram.
Existe
nestes loucos um culto à insanidade triste, dolorida e pesarosa. Lamento, mas
como não sou psiquiatra e nem ganho dinheiro com tais pessoas, devo dizer: elas
me anojam. Não consigo engoli-las bem.
A
loucura que me entusiasma é a daqueles com os quais me identifico, os alegres,
libertos, os que mudam de ideias, porque tem ideias, os que cometem pequenas loucuras,
os que não andam sempre “na linha”, aqueles cujo trem da tristeza e falta de
amor a vida nunca passa por cima.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 03 de novembro de 2014.
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