Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Irresponsáveis.

 Irresponsáveis.

Tem momentos que eu sou 99% dúvidas e 1% por cento certezas. Sei lá, eu tenho certeza do que sinto, do amor que me invade, da paixão, de tudo o que habita no meu coração. A respeito de quase todo o resto eu tenho duvidas.
Hoje no intervalo da minha aula conversava com um aluno que me narrava a tendência dos colegas dispersos e, praticamente irresponsáveis, que, não fazendo sua parte como alunos, criticam todo e qualquer professor.
Esse aluno, ainda segunda-feira passada me disse que de nada adianta criticarmos ao governo se não somos um povo que batalha pelo que deseja. Francamente, analisando a conversa de hoje, lhe dei razão.
O ser humano é fã de bodes expiatórios, vive no mundo da lua, não participa, arranja desculpas para tudo e atribui a culpa pelo seu demérito aos outros. Da mesma forma que costuma colocar seu futuro nas mãos de um Deus que nunca viu, justamente por um imenso medo de responsabilizar-se pelos seus atos e pelas consequências dos mesmos.
Assumir responsabilidade, vejo, é algo difícil para os seres humanos. Seres que gostam de muletas, bengalas, corrimões, seres que acreditam no inanimado, seres que acreditam no intangível, seres que acreditam na perfeição de um ser nunca visto, mas não conseguem confiar em si próprio, que não consegue, por conta disso, assumir a culpa que tem pelo que faz de si mesmo e da sua vida.
Sinceramente, este assunto e, consequentemente, esta crônica não conclui coisa alguma, porque, francamente, se existe algo nesse mundo que eu não consigo compreender é essa mania das pessoas de atribuírem o que de bom lhe acontece a um Deus e, a outro ser humano, aquilo que lhes desagrada, sendo que elas, “nunca” dão origem a nada, com raras e felizes exceções que não carecem de falsa modéstia nem de bode expiatório para bem “resolver-se” na vida.
Ainda existe quem seja autor de sua própria história, ainda existem protagonistas e não meros “joguetes” na mão do invisível que lavam suas mãos frente a seus próprios equívocos e que chamam de bênçãos o resultado de seus acertos.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 03 de novembro de 2014.

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