Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 20 de maio de 2014

A grama do vizinho

A grama do vizinho

Acho que tendências humanas não devem ser consideradas regras e, principalmente, não devem ser tidas como imutáveis quando elas não acarretam a nossa felicidade. 
Exemplo disso, é a que deu origem a afirmativa tosca que diz que “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Se for assim, as pessoas nunca serão felizes em suas casas, com suas esposas e filhos, assim como em seus empregos, afinal, a casa do amigo, a esposa do amigo, os filhos dele e o seu emprego sempre serão melhores ou mais atraentes que os seus. 
Ademais, este é o caminho principal para a inveja tola e estúpida. Na verdade, eu tenho quase total certeza de que está mania que a maioria das pessoas possui de valorizar o que não possuem e esquecer-se da graça do que conquistaram é um gatilho infalível para a frustração e, mais, uma demonstração de tolice emocional. 
Algumas pessoas, porém, passam anos, meses e fazem de tudo para conquistar alguém e quando a pessoa passa a lhes amar, o encanto se esvai. Da mesma forma, aqueles que lutam por um cargo, o conseguem e se entediam. Enfim, estas pessoas valorizam o intocável, o inacessível, e quando a situação muda, a “graça” se esvai. Impossível ser feliz se você quer ser sempre o que “batalha por algo” e não o que “conquista algo”. 
Sendo assim, sugiro que você passe a olhar para a sua esposa com a admiração que aquele que não têm o seu amor e atenção olha, que você olhe para os seus filhos como as bênçãos que Deus deu unicamente a você, que você olhe para o seu emprego com o valor de algo que lhe sustenta merece. 
Da mesma forma, sugiro que você olhe para a sua grama com encantamento e conclua que, se ela não está mais verde, é porque você não está cuidando como deveria ou o clima seco não está ajudando, e neste caso, provável que não esteja ajudando a mais ninguém. A grama do vizinho? É dele, e por tal não merece ser cobiçada. 
Ou você volta seus olhos às pessoas que lhe amam, àquilo que você conquistou e possui ou, além de infeliz, você é uma pessoa que não sabe amar. Não saber dar valor ao que é seu é o maior indicativo de falta de habilidade de amar e, consequentemente, de dar amor. 
Aquilo que é do outro nunca vai lhe incomodar, a esposa do outro nunca vai se implicar porque você sujou o tapete novo com o tênis sujo, porque você anda disperso ou coisa assim, da mesma forma, os sócios do outro nunca irão criar embates com você e o chefe dele é agradável, além, é claro: a grama dele não é você quem precisa cuidar, cortar e molhar. Enfim, o que pertence a outrem não irrita ou decepciona você e só por isso parece melhor, mas não é. 
Cláudia de Marchi 
Sorriso/MT, 20 de maio de 2014.

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