Silêncio, uma boa opção?
Tem gente que acha que calar evita embates. Essas
pessoas tem razão, nove em dez vezes. Todavia, calar não resolve nada. O silêncio,
assim como a palavra deve ser usado com moderação, para o bem da lógica, enfim.
Se o seu silêncio não magoa quem você quer
economizar com suas palavras, ótimo. Mas se ele fere, é tão pernicioso quanto
as tradicionais palavras mal colocadas. É tudo, pois, uma questão de saber se
expressar.
Não adianta nada não contar para o marido o que ele
fez de irritante e ficar com uma tromba de elefante! Aliás, se você acha que o
silêncio e a cara feia servem para alguma coisa o casamento nunca será uma boa
opção na sua vida.
Silenciar, por si só pode ser útil, em especial pra
colocar fim ou evitar discussões, desde que com o silêncio, não se guarde
mágoa. E, principalmente, não se demonstre mágoa.
Quando a gente se fecha acaba ruminando nossas
certezas sem, sequer, dar ao outro a possibilidade de expor as suas e, consequentemente,
os seus sentimentos. E é por isso que muito silêncio não faz bem para nossos
relacionamentos amorosos.
Eu sou a favor do diálogo. Acho que casamento algum
sobrevive sem transparência e uma boa dose de objetividade, no maior estilo “fulano,
o problema é esse”. Essa história de rostos expressivos e boca fechada fazem
até santo perder a razão.
Por outro lado, sou muito a favor do silêncio
quando o que se fala nada vai alterar o clima da relação, quando o que se pode
falar será totalmente inútil ou capaz de ferir a outra pessoa, desde que,
claro, o silêncio não dê ensejo ao mau humor e a uma cara carrancuda.
A linha entre a palavra que fere e o silêncio
incomodativo é muito tênue. Ambos magoam, ambos irritam. Todavia, a questão
sempre está na racionalidade. As relações humanas envolvem emoções, mas sem uma
boa dose de busca pela lógica elas não fluem bem.
Gente que fecha a boca e a cara se torna
inconveniente. Se for pra silenciar, portanto que seja com um sorriso sincero
nos lábios se não, minha amiga, seu silêncio não ajuda em nada e a pomba do “eu
calo para não brigar” termina virando o corvo do “calo, mas magoo”.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 28 de maio de 2014.
ótimo texto...
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