Fé discreta.
Eu tenho fé. Muita fé, mas uma fé diferente da de
muitos: uma fé discreta. Não me considero uma porta voz de Deus. Creio que cada
um acredita no que bem entende e, na verdade, são as condutas e não as rezas
que contam: antes um ateu que procede de forma idônea e possui compaixão do que
um crente que ignora a decência e reza ajoelhado porque seu “Senhor” tudo
perdoa.
Essa fé psicopata que passa por cima da analise de
seus próprios atos, que não se arrepende e não sente culpa, porque “Deus
perdoa” me assusta. Ter empatia, agir com decência, colocar-se no lugar do
outro e não fazer ao outro o que não deseja que ele lhe faça é a maior
demonstração de devoção a qualquer santidade e, sobretudo, de amor à vida e aos
outros.
Não tenho nada contra quem vai à missa, ao centro
espírita, ao culto ou seja lá o que for, desde que as suas atitudes condigam
com a beleza de sua pregação, de sua reza. Eu gosto de gente que tem atitudes
bonitas, não palavras.
Não adianta nada ser infiel, ser desonesto, usurpar
o direito dos outros para se beneficiar em detrimento deles e falar a todos que
“Deus é bom”, “Deus é amor” e que é preciso confiar Nele.
Orar a Deus e fazer mal as pessoas pra mim é
hipocrisia, não me serve. Se ajoelhar na missa do domingo e cometer os mesmos
erros da semana anterior na que inicia não vale nada, tentar se aprimorar,
todavia, considero a melhor das “rezas”. Prefiro pessoas que não promovem
religião, mas que agem com respeito aos outros, sejam eles religiosos ou não.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 27 de maio de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.