Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Avareza

Avareza



Não ter dinheiro, ser pobre, não é defeito, ser avarento é. Quem adquire o hábito de economizar demais, acaba por poupar racionalidade, sensibilidade e atitudes nobres, mas não vê, enquanto se distrai contando seu dinheiro.
Para tudo existe limite, inclusive para o hábito de poupar. O cidadão que economiza demais, que nunca pensa em dividir ou diminuir, ou seja, agraciar alguém com “algo”, acaba por desvalorizar a qualidade de vida, inclusive a de seus relacionamentos.
Todo homem que procura dinheiro, antes de amor, que visa ao salário e não as demais virtudes de uma mulher, por exemplo, se desvirtua. Deixa de ser generoso, gentil, cavalheiro, educado e romântico, passa a ser apenas mais um cidadão com dinheiro na conta e com o coração vazio, sem saber o “motivo”.
O avarento vive na pobreza, ou melhor, a avareza é filha da pobreza da alma. Se você não quer gastar, não se relacione com ninguém, não queira uma companhia com auto-estima, lazer ou nada assemelhado. Fique sozinho, nada é mais econômico do que ser solitário. O convívio social e afetivo implica em gastos, implica num certo desapego do que é material.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de novembro de 2011.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A maneira nobre de enlouquecer

A maneira nobre de enlouquecer


A maneira mais nobre de perder a sanidade mental é, por amar alguém, desejar a sua felicidade e, diante da realidade da vida, não poder fazê-lo feliz. A felicidade alheia, de nossos pais, irmãos, cônjuges ou quem quer que seja, jamais dependerá de nossa vontade.
Ame, admire, adore, torça, ore por quem você quer bem, mas, resigne-se, você não poderá curar-lhe as feridas, tranqüilizar sua alma, apagar suas más lembranças, tirar de seu peito a dor pelas frustrações que teve em seu viver.
Amar é um ato de abdicação, inclusive do próprio orgulho. Saber amar é um dom, uma dádiva, nem todos possuem, nem todos sabem deixar o outro livre, nem todos sabem que é impossível, pelo simples fato de amar, conseguir completar o coração alheio, fazê-lo pleno e feliz.
É triste ver a tristeza de quem amamos, é triste a sensação de impotência que temos, mas, nos resta oferecer nossa mão, nosso ombro, nosso apoio, compreensão e carinho e, no silêncio de nossa alma, rogar aos céus para que nos faça resignados diante do que não depende de nossa vontade, do contrário, além de insanos, quem ficará infeliz, seremos nós.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de novembro de 2011.

Saudades

Saudades


Eu tenho saudades da paciência que me faltou quando eu deveria tê-la, tenho saudades da tranqüilidade de espírito que eu não tive diante das piores ofensas que um homem pode sofrer, tenho saudade do equilíbrio que eu deixei para trás.
Tenho saudade da confiança que eu tinha nas pessoas, inclusive quando elas não eram confiáveis. Sinto falta daquela “habilidade” de confiar no ser humano como se todos fossem bem intencionados e sinceros.
Sinto falta da simplicidade com que eu vivia e era feliz, sinto saudade das excelentes companhias nas quais eu pisei, porque achava que era superior, mais sábia, mais digna, mais “evoluída”. Hoje eu tenho convicção de que não sou “nada mais” do que nenhuma outra pessoa no mundo. De tal soberba eu não sinto saudade, mas tenho vergonha.
Por outro lado eu tenho saudades daquela sensação de “aqui esta um porto seguro”, hoje em dia nada me parece “porto”, menos ainda “seguro”, tenho saudades da ilusão romântica, tenho saudades da pessoa que eu queria ser, mas me tornei a custa de muito sofrimento e arrependimentos.
Sinto saudade dos Natais, sinto saudade da época em que eu achava minha família linda e sonhava em ter a minha. Hoje minha família é pequena, dividida, cada um com sua solidão e frustrações, hoje eu não sonho em ter filhos, eu penso demais para sonhar com isso e tenho que remendar o que sobrou do meu coração diante de tudo que ele já sofreu.
Todavia, tudo o que eu queria era uma segunda chance da vida, era que o Papai Noel me oportunizasse fazer as coisas de forma diferente, da forma que, hoje, eu tenho certeza, é mais justa e correta, mas (...). Eu tenho muitas saudades da época em que eu acreditava em milagres, em que eu acreditava no “Papai Noel”!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de novembro de 2011.

Frustrações e fracassos

Frustrações e fracassos

Por que você não consegue aceitar seus erros do passado, seus equívocos do presente, seus empreendimentos fracassados, sua frustração e sentimentos afins sem se martirizar, sem ficar melancólico e com pena de si mesmo?
Do que adianta você ficar ai, sentindo dó de si, blasfemando, reclamando o que aconteceu, o que poderia ter acontecido e o que você acha que teria ocorrido, se a vida já deu lhe deu o seu “recado”? Por que você não aprende com seus erros sem cavar uma fossa e entrar dentro?
Já que não é possível ser infalível, tente agir com sabedoria, ficar com pena de si mesmo não ajuda em nada, e, o que é mais grave, não lhe dá incentivo para mudar, para crescer, para se aprimorar como pessoa. Enquanto você se achar “vítima” de algo, você não fará mea culpa e, conseqüentemente, não vai aprender nada, de forma que todo sofrimento terá sido em vão.
Analise o que passou, aprenda a lidar com suas fraquezas, decepções e frustrações, aprenda a encarar o seu fracasso como algo que lhe deixou ensinamentos, acredite que você não vai cometer mais os mesmos erros nem fracassar nos mesmos empreendimentos, levante a cabeça e siga adiante. Se você continuar a nutrir pena de si próprio e a se rebaixar para a vida ela mandará o caminhão da tristeza passar por cima de você, sem piedade alguma!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de novembro de 2011.

Eu quero...

Eu quero...


Eu não gosto e nem quero o que é comum, o que é ordinário, o que todos querem, o que todos fazem sem, nem mesmo, saber por que. Eu quero mais sentimento, mais ternura, mais fraternidade, mais esperança, mais respeito, mais amor em tudo o que vejo, em tudo que construo, em tudo que almejo, entre todos com quem convivo.
Não me basta saber que todos agem da mesma forma, que tudo é “sempre assim ou assado”, eu quero aquilo que vai além do vão, do que as pessoas chamam de “normal” e eu chamo de insosso, sem graça, sem brilho, sem sentimento.
Eu quero ver as pessoas tentando superar os seus limites morais, não os intelectuais, unicamente. Eu quero ver pessoas trabalhando, eu quero que a ambição desmedida, que a mesquinharia e a pequenez de espírito cedam lugar ao brio, a coragem, a honestidade, a racionalidade e ao bem viver.
Eu quero que as pessoas se aprimorem, eu quero que elas cresçam psiquicamente e não financeiramente, apenas. Eu quero ver as pessoas aprendendo a amar e a respeitar seu próximo sem orgulho. Quero ver paz entre irmãos, entre famílias, quero ver o respeito entre eles e a aceitação de que ninguém é igual a ninguém, nem superior, nem inferior, apenas diferente.
Eu quero que o nervosismo, que a agitação interior e que a ansiedade dêem espaço para a humildade de espírito do homem, para a vontade de melhorar, de abandonar tais venenos da alma para poder viver em paz, para que possa aproveitar os bons momentos da vida e o seu encanto, sem pressa, sem correria, sem medo, sem receios.
Eu quero ver as pessoas olharem para os lados antes de reclamar sobre suas agruras, eu quero ver as pessoas contentes com o que possuem e realizadas com quem elas são, eu quero pessoas bem resolvidas, quero pessoas que tenham esperança de um amanha melhor e, principalmente, quero pessoas que saibam que podem fazer um futuro diferente e melhor desde que se tornem seres melhores.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de novembro de 2011.

De quem você se cerca?

De quem você se cerca?


Cuidado na hora que você escolhe com quem você quer conviver, quem você quer admirar, de quem você quer se cercar, de regra o seu crescimento e aprimoramento, nos mais variados aspectos, depende disso.
É fácil você se cercar de pessoas inferiores a você num ou mais aspectos (financeiro, psíquico, emocional, afetivo, social, intelectual, cultural, etc.). Você sempre se sentirá bem perto de pessoas tolas, perto de pessoas que possam “precisar” de você, de seu auxilio financeiro ou moral, perto de indivíduos cuja vida não é tão bem “elaborada” quanto a sua. Difícil é conviver com pessoas que podem lhe auxiliar com conselhos, que tenham mais dinheiro e uma vida com mais realizações no aspecto econômico e emocional.
Para aqueles que são piores que você num ou noutro dos aspectos citados você sempre será alguém a ser invejado e admirado e o ser humano tende a se sentir melhor diante de tais pessoas do que perto daquelas que possam lhe despertar admiração e certa inveja por terem construído uma vida profissional, familiar, financeira e emocional mais firme, melhor embasada, enfim.
Difícil não é ser o rei de uma floresta de asnos, mas aceitar ser súdito diante de quem tem mais brilho, mais sucesso, mais dinheiro, mais equilíbrio, mais amor, mais orgulho, mais força de vontade. Na verdade, ser súdito ou ser “igual” não é tão bom para o ego de boa parte das pessoas do que ser o “melhor” ou, até mesmo, o “menos pior” dentre os “membros” de determinado “grupo”.
Então meu caro, analise sua vida, olhe para os lados, para frente, para trás, veja o que você quer da vida e aonde você quer chegar, e, enfim conclua se você esta se cercando de pessoas que lhe incentivam a crescer ou se apenas o fato de conviver com elas faz você se sentir mais feliz porque elas vivem ou são, em algum aspecto, inferiores a você.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de novembro de 2011.

domingo, 27 de novembro de 2011

Distração

Distração

Existem dias em que a distração parece constituir nossos momentos de felicidade, em certa fase de nossa vida o encontro com a solidão nos faz cair do alto de nossa alegria infeliz, então nos sentimos mal em nossa própria pele.
A vida é feita de fases, ela nunca pára. Se sua vida não muda, se as fases parecem ser sempre as mesmas é porque você chegou aonde desejava, em todos os aspectos ou, simplesmente, porque você desistiu de viver, de ir atrás, de buscar o melhor para si mesmo.
Em dados momentos é quando você sai de sua rotina diária, quando você levanta os pés do chão de sua realidade que você se sente contente, em outros, é quando você esta imerso nela que você se sente feliz, tudo depende do que esta lhe fazendo bem ou não em tal período.
Às vezes a distração lhe impede de valorizar o que você tem, a sua realidade, a sua vida, o seu dia a dia, às vezes ela ameniza suas dores, suas frustrações, seu sofrimento. E assim a vida segue: aquilo que num momento é desnecessário e, até mesmo, ruim, noutro é necessário, é bom, é o que lhe salva por alguns instantes.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 27 de novembro de 2011.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Viva e deixe viver

Viva e deixe viver


Se conviver com determinados indivíduos não lhe faz bem e se seu amor não basta para suportá-las, se você não consegue compreender que elas são como são e não o que você quer que elas sejam, evite o convívio antes de perder o respeito e a razão.
A única forma de seguir o preceito de Cristo e “amar ao próximo como a si mesmo” é respeitar. O respeito é a maior, se não a única, forma de demonstrar amor ao outro diante das diferenças e divergências na forma de ser e pensar que existe entre os seres.
Amar ao outro não é achar que ele é perfeito, que ele é “como você”, que ele age de forma correta e justa, aliás, “amar” quem é semelhante a você é fácil, é normal, difícil é amar o seu oposto, quem é muito diferente de você, mas nem por isso inferior, afinal ninguém é superior a ninguém neste mundo onde as pessoas são, apenas e tão somente, diferentes uma das outras.
Amar ao próximo é respeitá-lo, é não querer que ele mude por você ou porque você acha que esta “mais correto” do que ele, amar é aceitar o outro com suas virtudes e defeitos. Como diz a bendita Oração da Serenidade: "Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras".
O que você pode mudar? Apenas a si mesmo, a sua forma imperfeita de ser e pensar, é preciso ter coragem para recolher seu orgulho, suas “convicções” e, assim, descomplicar o que você complica por medo, aos outros você não pode mudar e, na verdade, quanto maior for tal desejo em seu coração, maior será a necessidade de você mudar a si mesmo e aprender a viver. Viver e deixar viver.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de novembro de 2011.

As piores pessoas

As piores pessoas

Você não terá problemas com aquelas pessoas que você sabe que possuem pouco caráter, que são maldosas e invejosas, delas você se “previne”, evita, se afasta. As pessoas ruins, enfim, não fazem tanto mal quanto as falsas, aquelas que você pensa que são boas, mas não são.
Aquelas em quem você confia, conta coisas intimas, coisas “do coração”, aquelas que você crê que possuem afinidades com você, mas nada mais são além de “personagens” cujo mote é lhe cativar, conquistar sua confiança para poder ter a sua bondade ao seu dispor, tais indivíduos sim, são realmente perigosos.
Quando você sabe que “certa” pessoa não tem bom caráter, é fútil, vil, traiçoeira, desleal, infiel e volúvel você não entabula nenhum relacionamento intimo e profundo com ela, você esta “avisado” sobre seu jeito pérfido de ser e, assim, cria uma “barreira” psíquica contra suas palavras e argumentos.
Todavia, você não cria tal barreira contra aquelas pessoas que você crê que são boas, honestas, francas, doces e leais, nestas você confia, cria laços, cria intimidade, até que, num ato de traição ou de maldade elas lhe mostram quem são, então você se pergunta: “Como eu não previ isso antes?”. A resposta existente é uma só: porque você confiou, foi enganado e se equivocou, confiou em quem não devia sem saber que “não devia”.
Logo não convém nutrir arrependimentos, é impossível saber tudo, mas, uma vez iludido o ser humano passa a prestar mais atenção nas entrelinhas das conversas e daquilo que as pessoas querem mostrar que são. Depois de uma traição e decepção nenhuma pessoa “razoavelmente inteligente” continua sendo facilmente “iludível”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de novembro de 2011.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

"Floresta pegando fogo."

“Floresta pegando fogo.”


O sofrimento é um ótimo professor, não tem piedade, não permite repetência, afinal, quem chegou até ele esgotou todas as possibilidades de êxito isento de dor que um dia possuiu.
Em determinado período, de extrema fragilidade e dor no meu não “leve” passado, eu ouvi uma pergunta feita por alguém que me conhecia muito bem, que sabia o que eu já havia passado até então e o que eu estava passando, ou melhor, me dispus a passar novamente. A pergunta que, até hoje, eu não sabia responder é a seguinte: “Por que você correu para uma floresta pegando fogo?”, pois, finalmente, acho que descobri a resposta.
Ninguém entra numa “floresta pegando fogo” sem ter muita esperança, sem pensar que pode salvar “alguma coisa”, sem achar que pode, ao menos, salvar alguns animais e, ainda assim, conseguir sair de lá vivo para poder viver feliz e ciente de que conseguiu o que queria, de que sua coragem foi válida.
Seria uma espécie do que, agora, chamo de “complexo de salva-vidas”? Talvez, fato é que requer certa dose de orgulho e outra, maior ainda, de otimismo, de carinho, de vontade de conseguir o que ninguém conseguiu por não ter tentado, achando, obviamente, que o risco a ser enfrentado trará alguns louros.
Mas, e as probabilidades? Quem entra na floresta não analisa, não pensa, não reflete, age por impulso, age comandado pelas emoções, se não se quedaria inerte e deixaria a “atitude” para quem deve intervir, para bombeiros ou quem quer que seja. Há sempre “alguém” habilitado que, se não age, é por boas razões.
Então, da dor e do aprendizado restou uma lição: as emoções, o impulso e o otimismo não dão bons conselhos sem o aval da razão, da análise lógica das “probabilidades”. Eu sai da floresta respirando, mas, com certeza, deixei uma parte de mim lá dentro. O desgaste, o risco e os perigos não valeram à pena, afinal não salvei a floresta e quase terminei com a minha vida.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de novembro de 2011.

Quem não se "suporta".

Quem não se “suporta”.

Você pode passar por fases difíceis, por momentos ruins, de desânimo, frustração ou tristeza, a vida é feita de fases, nem sempre as coisas acontecerão como você espera que elas aconteçam e quase ninguém tem preparo para reagir bem a tal fato sem sofrer um pouco (ou muito, é claro).
Fundamental, no entanto, é aprender a viver só, é aprender a recolher a ansiedade ou a vontade de fugir de si mesmo, da reflexão necessária sobre a vida, sobre suas atitudes, sobre sua capacidade de enfrentar os problemas e de conviver com as pessoas que lhe são próximas e lhe amam. É preciso saber respirar fundo, sentar-se, fechar os olhos e encontrar, ao menos, um “ponto” de tranqüilização em sua mente, é preciso saber o que fazer para acalmá-la sem precisar fugir dos próprios pensamentos.
Não é saudável ser demasiado ansioso, não é saudável não conseguir respirar fundo e relaxar, não é nada saudável não encontrar paz no silêncio de sua casa, de seu quarto ou de qualquer local em que você fique longe da correria, longe do trabalho, da agitação das rodas de amigos e de suas ocupações habituais.
Quem não tem preparo para “suportar-se” sozinho não tem preparo algum para amar uma companhia, um companheiro, alguém com quem possa conviver diariamente. É fácil mudar de companhias, sair o tempo todo, mas quem não encontra paz, sozinho, em seu lar, jamais conseguirá ser feliz compartilhando-o com alguém.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de novembro de 2011.

Relações "bate e volta"

Relações “bate e volta”


Não confunda relações “ioiô” com o que chamo de relações “bate e volta”. Ambas são formas doentes de relacionamento afetivo, todavia, nas primeiras, nem sempre há abuso emocional ou físico, nas segundas há.
Sabe quando você é criança e, na falta de companhia, “joga” vôlei batendo a bola contra uma parede qualquer? Você imprime força, a bola bate na parede e volta para você. Os relacionamentos “bate e volta” são assim: um dos “amantes” é a bola e o outro é a mão que bate nela.
Um abusa da boa vontade do outro, de sua boa-fé, paciência, abusa de seu amor, de sua indulgência, fere sua auto-estima, sua alma, mas pede perdão, vai atrás correndo quando ele resolve sair de sua esfera de contato. E, por paixão, carência ou pela falsa esperança na mudança do outro, ele volta, achando que as “coisas” serão diferentes.
Mas, com o tempo ele vê que nada muda e escapa novamente. O outro vai atrás, persuasivo, usando todas suas lágrimas e palavras doces que, sabe, tocam o coração de quem lhe adora, de quem é apaixonado por ele e, abusando disso, insiste e o convence a regressar.
Assim os relacionamentos “bate e volta” se mantém, desta forma doentia, cheia de paixão, de esquecimento, por parte de um dos indivíduos, de si mesmo. Mas, chega o dia em que esta pessoa vai e não volta mais, e o outro fica sem compreender como ele conseguiu romper a parede, como ele conseguiu se libertar.
Nem sempre o sujeito egoísta compreende tal fato, afinal se acostumou com o perdão do outro, se esqueceu que, se é possível vencer as “convicções” alheias cansando-lhe, um dia o sofrimento também cansa e, neste dia, meu amigo, tudo muda e nem um milagre pode fazer aquele que, enfim se libertou e achou outro caminho, voltar atrás.

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de novembro de 2011.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Fera

Fera


Eu não sei se é “mal de TPM” (que nunca tive), se são os calos que a alma da gente ganha com o tempo, se é o excesso de simplicidade na forma de viver e de ser que se choca com as complicações de quem tenta me policiar ou se é um descontentamento com o que é muito tolo, que anda me irritando ultimamente.
Eu não estou agüentando muitas coisas, mas tento suportá-las. A vida é uma só, para que complicá-la? Para que colocar óbices, vírgulas e travas ao invés de aproveitar a liberdade, sorrir, gargalhar, amar e ser feliz? Por que tanta seriedade, porque tantos pudores inúteis, porque cercear a própria boca se não temos mais nossos pais a nos cercear a liberdade?
Eu posso não estar realizada, posso não estar plenamente feliz com a minha vida após passar por momentos mais que difíceis e tristes, todavia, força e coragem nunca me faltaram, assim como bom humor, liberdade de espírito e alegria de viver. Então, é por isso que tudo o que condiz com cerceamento de pensamento, com a possibilidade de o meu jeito ser “podado” me irrita, me fere.
Eu sou como um animal selvagem que vive na simplicidade de seu habitat, come, dorme, faz o que deseja e gosta disso, mas vira fera quando alguém vem cutucá-lo e mais raivoso ainda quando alguém quer aprisioná-lo. Minha boca existe para sorrir e falar o que deseja, eu não sigo os ditames alheios, mas respeito às leis, sou o que sou e não mudo. Não por alguém, apenas se eu achar que convém mudar por mim mesma, afinal, eu não sou apenas uma fera, mas uma fera que já foi ferida. Ferida demais.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 23 de novembro de 2011.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Onde eu deixei?

Onde eu deixei?

Dentre tantas coisas certas e erradas que eu fiz, dentre os caminhos que trilhei eu deixei uma parte de mim, então, agora eu me pergunto: O que eu faço para reencontrá-la, o que eu faço para recuperá-la, o que eu posso fazer para ter a minha vida de volta?
Cadê a fé, o equilíbrio? Onde foi parar a habilidade de confiar plenamente no que ouço? Onde eu deixei a capacidade de acreditar nas palavras alheias? Onde ficou a capacidade de criar castelos de ilusões românticas?
Perderam-se aos poucos, ficaram com os pedaços do meu coração no meu passado e, francamente, não sei se serão recuperadas um dia. Eu preciso me acostumar a ser quem eu me tornei, porque eu sinto saudade de quem eu fui, eu sinto falta da jovialidade romântica e apaixonada.
Eu era feliz sendo uma mulher que acreditava nas pessoas e no que elas diziam, eu era feliz quando eu conseguia ouvir palavras ternas e crer que era a única a ouvi-las, hoje eu sorrio, finjo que elas me tocam, mas não tocam. O romantismo cedeu lugar a um jeito “São Tomé” de crer, de se relacionar e de gostar.
Eu só acredito no que ouço hoje se o amanha existir como prova, do contrário, eu não coloco o que sobrou do meu coração a prova. A frieza não me dominou, pelo contrário, eu preciso proteger o que restou de mim e a sensibilidade que, no fundo, existe exacerbada.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 22 de novembro de 2011.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Razão!

Razão!


Para os que estão começando a escolher caminhos e a dar passos importantes na vida eu digo: escolha bem a estrada que você vai seguir, avalie o caminho a tomar, na maioria, senão em todas elas, pode ser muito difícil retornar, fazer a volta e novas escolhas.
Pode ser que você consiga voltar atrás para escolher um novo caminho sem muito sofrimento, a dor de verdade você enfrenta ao chegar ao “marco zero”, quando você vê de perto que poderia ter escolhido outra estrada se tivesse refletido mais e melhor.
Com a dor você tem o bônus do aprendizado, obviamente, mas, digo outra coisa: pense antes e tente ser esperto, tente aprender sem errar, sem sofrer, sem fazer seu coração sangrar, seja prudente, é melhor fazer boas escolhas do que aprender com as ruins.
Tenha cautela, cuide de seu coração. Pensar a respeito de suas decisões nunca é demais, agir sem pensar, sem refletir é sempre pouco, é sempre ruim e pouco inteligente, logo, pouco aconselhável. Seguir seu coração? Não sem pensar, as suas emoções não devem basilar suas escolhas, a razão sim, ao menos que você não tenha medo de nadar, nadar, se extenuar e morrer na praia.
Não deixe que sua paixão ou qualquer sentimento lhe aconselhe. Nunca, nem na melhor das hipóteses que sua mente possa imaginar as emoções devem ditar suas decisões. Pense, reflita, sopese prós e contras, reflita novamente, então decida, ao menos assim, se um dia você enfrentar maus momentos em seu caminho você não vai se culpar por não ter escolhido outro que pudesse ser melhor. Evite o arrependimento e o sofrimento desnecessários, eles nunca valem à pena, quem diz o contrário quer se consolar para poder seguir em frente sem se entregar, sem desistir, sem sofrer ainda mais, apenas isso.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 21 de novembro de 2011.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Palavras não "dizem" nada.



Palavras não “dizem” nada.



Ser mudo é triste, então valorize suas cordas vocais e a benesse de poder falar e conversar facilmente com todos, mas não valorize as palavras, não estime o que você ouve e sim as atitudes que você vê. Em matéria de sentimentos as palavras não “dizem” nada, os atos sim.
Dizer “eu te amo” até ursinho de R$ 1,99 “diz”, aliás, “eu te amo”, “eu te adoro” são as afirmações mais corriqueiras do mundo, difícil mesmo é amar e encontrar alguém que ame de verdade, do fundo da alma e do coração.
Mentir acerca do que se sente é lamentável, tanto para quem ouve e acredita, como para a pessoa insegura que fala porque precisa se “sustentar” em palavras, sabendo que seus atos são vãos.
Quem lhe “ama” ou “adora” gosta da sua companhia, não se torna dependente de você, mas não precisa ficar longe de você para sentir graça na sua presença, ao menos que a pessoa seja masoquista. Eu já amei, já convivi 24horas por dia com uma pessoa e nunca precisei de sua ausência para valorizá-la. Eu amei, eis a questão: a palavra amor, quando se torna sentimento real, muda tudo!
Quem não lhe ama, não “suporta” ficar muito tempo ao seu lado e troca você por qualquer programa idiota para espairecer e se empolgar mais em lhe ver e dormir com você, portanto, meu caro, repare nas atitudes, porque palavras não são nada, absolutamente nada. Quem busca a saudade para “encontrar” você não lhe adora, nem lhe ama, mal e parcamente “gosta” um pouco de você.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de novembro de 2011.

Falar não ajuda!

Falar não ajuda!


As pessoas dizem que você deve falar para quem lhe magoa, ainda que sem querer, como você se sente e o que você pensa, porque, segundo elas isso é “o melhor a fazer”. Bobagem, besteira! As pessoas são o que são e pensam como pensam, nada do que você fale vai apagar os atos ou palavras que lhe magoaram e, menos ainda, mudar alguém ou seu “ponto de vista”.
Falar não adianta, observar e analisar sim. Se alguém lhe surpreendeu negativamente pela imbecilidade, negligência, egoísmo ou tolice em algum ato, lamente, reclame sozinho, chore, mas não desabafe com ela, não vai ajudar em nada e o máximo que você vai criar é um embate inútil.
Passe a observar se existem afinidades reais, se o convívio é saudável para você, se é possível amar ou se o desgosto se tornará contumaz. Não fale sobre a existência ou ausência de afinidades, não se desgaste, apenas analise com o passar dos dias se elas existem ou não.
Falar não muda nada, atitudes sim, tanto do outro em relação a você como de você em relação a ele. Não se preocupe quando alguém lhe decepciona ou age de forma tragicômica e "alguém" aconselha você a desabafar com ela e contar o que você sente, eu lhe garanto: isso não vai adiantar nada!
Silencie, analise e pense, o que é “adequado” para você não precisa de muitos reparos e nem de conversas inúteis, flui, acontece, dá certo, converge para a mesma energia porque existem afinidades na forma de ser e de pensar sobre o amor e a vida a dois. Se não constatar isso, cale-se. Enfim, se você quiser desabafar acerca de atos alheios que lhe frustram procure um psicanalista, sai mais caro, mas você economiza sofrimento e desperdiça menos energia.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de novembro de 2011.

domingo, 13 de novembro de 2011

Quanto tempo leva?

Quanto tempo leva?


Quanto tempo leva para a gente curar nossas feridas mais profundas, para esquecer traumas, “estranhamentos” e tudo o que nos causa repugnância e asco? Quanto tempo leva para tornarmos nossa mente uma lousa em branco onde podemos, enfim escrever uma nova história?
Eu gostaria mais do que qualquer pessoa de ter as respostas para estas perguntas, mas não tenho. Talvez um antidepressivo lhe de a sensação de que esta tudo “bem” e que você esta “pronto” para um recomeço ou algo assim, mas suspendendo o seu uso você verá seus enganos, se as lágrimas que cairão de seus olhos ao se deparar com a realidade, permitirem, é claro.
Não podemos mensurar o tempo que levaremos para voltarmos a ser o que éramos, porque isso pode nunca acontecer, todavia, não podemos, igualmente, medir o tempo que levaremos para esquecer ofensas, experiências traumáticas e tristes, podemos ter a vontade de relevar, de colocar uma pedra em cima do livro aberto de nossas lembranças amargas, mas nem sempre ela será pesada o suficiente para fechá-lo diante da onda forte do mar das recordações que vem a lhe bater.
Certo é que precisamos ter superado nosso passado, precisamos ter superado nossos traumas, nossas frustrações e decepções para podermos recomeçar, para podermos escrever uma nova história para nossa vida, todavia, difícil mesmo é conseguir rasgar as páginas da história triste de nosso passado, sem ferir nossa fé no amor, paciência e confiança nas pessoas que dizem que nos “querem bem”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 13 de novembro de 2011.

sábado, 12 de novembro de 2011

Conquistas

Conquistas



Eu não quero começar voando alto e terminar dando braçadas na beira da praia. Se for para amar tem que ter intensidade, continuidade, tem que ter maturidade, equilíbrio e inteligência. É preciso amar com sabedoria, e não conquistar com “maestria”.
Conquistar uma pessoa é fácil, é simples, qualquer idiota que saiba falar e, portanto, mentir, consegue. Manter o encanto, o brilho nos olhos do parceiro, continuar a surpreendê-lo de forma positiva com o passar do tempo é tarefa para poucos, para muito poucos indivíduos.
A maioria das pessoas age de forma tão estúpida que me parece que estabelecem metas de conquista e acomodação, no seguinte estilo: “até ele dizer que eu sou querida eu me esmero desta maneira, depois, quando ele dizer que me adora eu posso relaxar um pouquinho, após o eu te amo ou algo assemelhado eu não preciso me esmerar em quase nada!”. É triste, mas parece ser o que acontece em quase todos os relacionamentos.
No inicio tratar bem, mimar, agradar é tarefa cumprida com êxito, depois se torna mal cumprida e, por fim, conforme a conquista for obtida, deixa de ser uma forma de agir, passa a ser algo conjugado no passado: “Antes era assim, agora é assado.” Frisando-se que o agora é sempre “mal assado”, sempre pior do que outrora.
Não basta saber conquistar, é preciso saber gostar, curtir e amar. Os agrados devem ser sempre espontâneos e naturais, esta é a única forma deles se manterem, de não se tornarem um fardo que pesa diante do mínimo cansaço e preguiça. Regar a flor do amor diariamente não deve ser uma obrigação, mas algo que se faz com prazer, com entusiasmo e espontaneamente, do contrário, as relações continuarão começando no céu do carinho e terminando, cedo ou tarde, afundadas no mar das frustrações.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 12 de novembro de 2011.

Cedo ou tarde

Cedo ou tarde.

As bijuterias, as réplicas e tudo o que é falso ou “parecido” com o excelente e verdadeiro estão dominando o mundo! Assim nos shoppings como nas relações humanas: esta cada vez mais difícil encontrar uma pessoa realmente especial e verdadeira, uma pessoa que seja atenta a quem ama e a seus sentimentos.
Sabendo disso, não seja tolo, não confie demais, não se entregue a ponto de esquecer-se de si próprio, de deixar seus sonhos e planos de lado. Não quero ser “fatalista”, apenas realista, portanto eu lhe digo: não abra mão de nada por ninguém, um dia, em algum aspecto, grande ou pequeno, esta pessoa vai lhe decepcionar e você vai se arrepender e sofrer em dobro.
Haverá um dia que você estará carente, com a mente atabalhoada, agitada por problemas e decepções íntimos, precisando de carinho e a sua parceira que, na véspera era “quase perfeita”, não vai notar, vai preferir ficar vendo televisão e dormindo a lhe fazer companhia, vai se reunir com seu clube da “Luluzinha” e vai lhe dizer que precisa ler, estudar ou descansar.
Você vai fingir que acredita nela, e vai remoer aquela dor por não ter feito “isso ou aquilo” semana anterior, por ter lhe esperado, por ter dado o bolo nos seus amigos, na quarta-feira passada, para ficar com ela, por ter abdicado da proposta de emprego fora da cidade em prol da donzela que, quando você precisou de seu afeto e carinho, se ausentou, não por maldade, mas por não estar atenta a você, por não lhe ouvir ou, simplesmente, por não dar importância a sua dor, a seu sofrimento, a seus problemas, a sua vida.
Ela é legal e amável, claro! Em especial quando você esta animadíssimo, feliz, radiante. Quando você esta cabisbaixo por problemas e dores anímicas que só você e Deus sabem, - afinal, ela nunca perguntou ou assimilou o que você já passou, - a moça vai fazer algo para distrair-se, para “descansar” de você no momento que você, inocente e tolo, realmente precisa de sua presença e, sutilmente, clamou por ela. É meu filho, é a vida. Tudo é muito belo, mas, cedo ou tarde, o seu amado vai lhe decepcionar, lhe desapontar ou lhe frustrar, pode ter certeza disso.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 08 de novembro de 2011.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Desumanos

Desumanos


Existem pessoas que não sabem o significado da palavra respeito, que nunca tiveram e nem sabem o que significa “compaixão”, existem pessoas desprezíveis neste mundo, pessoas que não fazem nada de bom, não de coração, para ninguém.
Estes indivíduos que eu denomino de “trastes” falam sem pensar, pensam apenas em si mesmos, não hesitam em humilhar o outro, em cutucar suas feridas, em fazer-se de “coitadas”, enquanto os outros são os monstros.
Não sei se eles são esquizofrênicos, psicopatas ou desavergonhados. Fato é que, são sempre “perseguidos” pelos outros, não assumem culpa por nada que façam, não fazem mea culpa, são muito persuasivos (quem não lhes conhece acredita em suas ladainhas), egoístas e narcisistas, enfim.
Se doentes mentais ou não, eles não estão internados e passam longe de admitir alguma anormalidade de sua personalidade, logo, convém crer que não são enfermos, são ruins de coração, são duros, são nojentos, e, sinto informar, podem acabar enlouquecendo você, com seu desrespeito, atitudes tolas, palavras ofensivas e injustas.
Estes seres que, diga-se, prefiro não chamar de humanos, se alimentam da sua desgraça, da sua tristeza, da sua agonia, da sua fraqueza. Você tenta agir com civilidade e, quando vê, pode dar credibilidade ao sujeito astuto, então você lhe evita, mas ele não aceita, ele não lhe respeita e quanto mais atordoado, triste, irritado e cansado ele lhe deixar, melhor ele vai se sentir.
É essas pessoas são, literalmente, desumanas. Pergunto-me, seguidamente, por que será que elas existem? Acho que levarei para o túmulo tal indagação, afinal eu não sou Deus, mas, com certeza, no meu mundo não há espaço para pessoas assim, no meu mundo elas não existirão mais, nunca mais.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 08 de novembro de 2011.

Omissão e mentira



Omissão e mentira



Quando as pessoas não têm coragem para serem francas, para contarem o que desejam, como pensam e como vivem, elas podem mentir, para lhe agradar ou para parecerem mais virtuosas do que são, ou então, elas podem se calar.
Não falar nada, calar-se pode sair mais “barato” do que a mentira, mas não é muito diferente dela, tudo o que fomenta no outro uma idéia equivocada sobre você é feio, abjeto e moralmente reprovável.
Assim como a mentira, a omissão também dá trabalho, se para sustentar uma falácia você precisa contar muitas depois dela, para manter uma omissão você precisa manter-se sempre calado e, no caso da verdade vir à tona, precisará se socorrer na mentira, sua irmã gêmea.
Na verdade a omissão é a mentira dos covardes, dos pouco inteligentes e criativos. Sem ter coragem para mentir e olhar nos olhos do outro, eles omitem a verdade por medo, por infantilidade ou por qualquer motivo tão vil quanto sua fraqueza moral. A verdade pode ser desagradável, mas é sempre mais simples, mais bonita, mais saudável e, o que é ótimo: menos trabalhosa. A verdade é única, embora os homens criem “versões” dela, mas, de regra, ela não varia, não precisa ser “emendada” ou “remendada”. Todavia, é preciso brio e coragem para ser sempre sincero e franco, por isso a mentira e a omissão existem: para “salvar” os covardes e fracos.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 08 de novembro de 2011.

Desisto



Desisto
Eu desisto de ser cordial, desisto de ser civilizada e educada com quem não merece, com quem é mais abjeto do que aquilo que defeca. Cansei de acreditar que as pessoas podem mudar e agir despretensiosamente, cansei de acreditar que alguns indivíduos podem ser educados sem segundas intenções.
Rebelo-me contra o insuportável que minha educação fazia suportar. Como farei isso? Ignorando, esquecendo que existem em minha vida pessoas doentes, más, egoístas e infelizes que, simplesmente, não deveriam existir para o bem estar do universo.
Não aceito, não acato e nem finjo que acredito no que dizem. Chega de ser educada com quem não merece, chega de engolir sapos até regurgitá-los, em nome da “paz” e do “respeito”. Respeito é para quem merece, respeito é para quem sabe respeitar e se colocar no lugar alheio.
Matar é ilegal e imoral, responder a altura é equiparar-se, se vingar é vil e inútil, ignorar, esquecer e não dar a mínima importância para a existência destas pessoas nojentas é a forma mais nobre de conseguir viver no mesmo mundo que elas. Enquanto Deus não as manda para o inferno, fingir que tais seres não existem é a única maneira de não ser assombrado por eles.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 08 de novembro de 2011.

Ela



Ela


Ela já sofreu demais, já confiou demais, já teve a certeza de que o coração alheio era puro como o seu. Ela já se entregou, já teve os sonhos mais lindos e ergueu um castelo alto, gigantesco com eles, mas, de repente a realidade o derrubou e ela caiu e teve o coração estraçalhado ao se chocar com a verdade.
Enquanto ela se recuperava e juntava forças para se reestruturar ela fazia promessas para si mesma. Dizia que jamais abriria mão de nada por amar alguém, dizia que sempre estaria à frente de qualquer sentimento, de qualquer bem querer, dizia que jamais deixaria suas prioridades de lado se viesse a amar de novo. Coitada! Ela fez promessas que jamais conseguiria cumprir!
O tempo passou, ela se encantou e sentiu o amor bater-lhe a porta, então ela abriu, rejubilada, pensando que não se sentiria mais sozinha com seu coração remendado, mas cheio de pureza e bons sentimentos para doar. Até que, nas entrelinhas de seu novo amor, ela percebeu que se perdeu, que cometeu erros semelhantes aos de seu passado, equívocos que ela havia prometido a si mesma que não cometeria.
Então ela sentiu-se só, como se o outro não se importasse como ela, como se, no fundo, nada fosse tão esplêndido, raro e abençoado quando se trata de “relações humanas”, como se a forma que ela tem de amar fosse única e impossível de ser correspondida, enfim ela percebeu que ela se importa demais, mas vive num mundo, onde quase ninguém dá importância ao que não seja o seu prazer e gozo ainda que, para isso, precise ignorar o estado de espírito alheio, onde, enfim, ninguém se importa tanto com alguém que não seja a si mesmo. Não sem dor, ela caiu na real, novamente, mas, até quando?
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 08 de novembro de 2011.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Anime-se!




Anime-se!

É estranho quando alguma coisa ou “quase” tudo na sua vida fica de cabeça para baixo. Você fica zonzo, perdido e angustiado em meio às mudanças inesperadas que ocorreram ao seu redor, de repente, você não acha o lado positivo da situação e também não admite o derrotismo. Fica desacorçoado entre o que você “queria que estivesse” e entre o “como está” a sua vida.
Quando tudo parece estar “virado” e fora da ordem de seus anseios é preciso mudar o ângulo que você vê suas contingências. Ainda que você esteja de cabeça para baixo conseguirá ver que, alguma coisa, ainda esta certa, existe algo de bom ocorrendo para lhe dar forças, porque nunca “tudo” será ruim, a menos que você queira, é claro.
Logo, mesmo que você esteja se sentindo num buraco, vale à pena pensar como a saudosa Dercy Gonçalves, enfim, “ainda não há terra em cima”, logo tudo pode mudar, depende de seus atos, de sua fé, de seu empenho e, sobretudo, de sua paciência, afinal quase nada ocorre na hora que você deseja, mas no momento certo, embora você não queira esperar por ele!
Se sua vida amorosa esta boa e o resto ruim, anime-se! Se sua vida profissional esta caótica, silencie, se esforce, tenha paciência e procure sorrir por algo a mais, se sua família esta mais dividida do que taça de cristal atirada contra a parede ache um “pedacinho” dela que lhe amenize ou compartilhe a dor, que lhe incentive e que, principalmente, lhe ame e não lhe abandone.
Por mais que você esteja passando por um momento difícil lembre-se que o que não lhe matou, lhe fortaleceu, lhe engrandeceu, lhe aprimorou. Levante a cabeça, busque a serenidade, tenha fé e paciência, tudo pode melhorar se você quiser, se você tiver energia e sabedoria para abrir os olhos, respirar fundo e lutar com as armas que possui.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 07 de novembro de 2011.

sábado, 5 de novembro de 2011

À primeira vista ou “com o tempo”?




À primeira vista ou “com o tempo”?




Eu prefiro acreditar em amor à primeira vista, ou em encantamento à primeira vista, a crer que o “amor” pode vir com o tempo. Sou muito intensa para compactuar com tal idéia, ademais, para mim, o que “vem com o tempo” são as rugas, o reumatismo e outras doenças, além, de, não em todos os "casos", a bendita maturidade.
Amor, na minha concepção, não é paixão, não é aquela “coisa” insana e quase simbiótica. É uma relação de respeito, de sintonia, onde não é necessário exigências e, em pouco tempo, um acaba compreendendo o outro pelo olhar, a união se fortalece na paz, na mutualidade de sentimentos e admiração.
Essa história de “amor” vir com o tempo parece coisa de gente desesperada para ter um parceiro ao seu lado, no estilo: “Já que o fulano, meu amor, não quer mais nossa relação, vou ficar com o Sicrano; eu não o amo, mas ele é bom para mim, o amor virá com o tempo.” Duvido! O amor que você sentiu desde o inicio da sua relação, com o passar dos anos, pode mudar de “forma”, mas continuará sendo “aquele amor” e não um sentimento de respeito que se tornou “amor”, até porque isso não ocorrerá!
Quem fica com alguém esperando o amor surgir posteriormente faz isso por interesse financeiro ou psicológico, no segundo caso, existe grande carência excessiva, medo de ficar só e ser mal julgado pela sociedade. Uma “razão” mais vil e tosca que a outra.
Quando for a sua vez de amar você se sentirá a vontade na presença do futuro amado logo de início, você será transparente e verá em seus olhos que ele também é sincero, você não sentirá apenas atração física, mas vontade de acarinhar, de dar seu ombro, de dar o amor que você tem no coração.
Pode ser que isso não ocorra na primeira troca de olhares, mas ocorre logo após. Com toda certeza o amor não vem com o tempo: ou ele surge logo, ou jamais vai ocorrer e você será mais uma pessoa afetiva e emocionalmente frustrada no mundo.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 06 de novembro de 2011.

Imagem




Imagem




Talvez se as pessoas não desperdiçassem sagrados momentos de sua existência tentando manter ou “construir” uma imagem honrosa de si mesmas, elas tivessem mais tempo para ser elas mesmas e, quiçá, viverem com mais liberdade de espírito e felicidade.
Para que se importar com sua imagem se ela é aquilo que os outros pensam de você? Não é mais saudável e nobre preocupar-se com quem você realmente é e se esta forma de “ser” esta lhe fazendo bem? Com certeza, mas a hipocrisia parece vacina que todo ser humano tomou ao nascer e que, na maioria, fez efeito drástico.
Preocupe-se em ser você, preocupe-se em crescer, aprender e evoluir, ouça quem tem importância em sua vida, ignore quem não tem. Dê atenção ao que as pessoas que lhe conhecem e amam pensam a seu respeito, dane-se quem mal lhe conhece e quer lhe julgar, dane-se quem não tem brio para assumir suas responsabilidades e quer que você seja o “bode expiatório”, dane-se quem é fraco e hipócrita! Viva a coragem e ousadia de ser você mesmo!
Ser feliz, livre, contente, corajoso, ousado, espontâneo, transparente, alegre, sincero e inteligente não agrada a muitas pessoas, pelo contrário, incômoda, afinal, elas têm a “imagem de bondosas”, mas no fundo elas não são. Não se importe com o que elas pensam, nem com a imagem que fazem de você, deixe isso para elas que são fúteis e superficiais, o seu oposto, enfi
m. Você não tem “imagem” alguma, você vive, você é!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 06 de novembro de 2011.

Sem complexidades!



Sem complexidades!




Valorize a sua vida. Valorize a sua luta, seus objetivos, seus sonhos, seus desejos, seus momentos, seus anseios. Todavia, quando falo isso, não me refiro a “pieguice” do: “Obrigada meu Pai, por ter me dado a vida”, mas às atitudes que você toma e demonstram que não é mais um crente no mundo, mas um homem que dá valor a si mesmo e a sua existência.
As pessoas que valorizam a si mesmas e, obviamente, as suas vidas, são simples, objetivas, diretas, transparentes, compreensíveis, não são enigmas mal humorados andando pelo mundo, não são complicadas e egoístas, não são como bebês que choram e gritam para receber sua atenção e afeto. Da mesma forma, não são aquelas que procuram gente complicada para “ajudar”, como se fossem psicólogos sem diploma.
Se você valoriza sua vida, você não fica, por muito tempo, perto de pessoas que precisam ser “decifradas”, que precisam de sua compreensão e de seu “entendimento” a todo instante. Seres humanos não são livros para serem “entendidos”, eles devem ser transparentes, devem lhe fazer bem e não deixar-lhe tenso como um adolescente em véspera de prova.
O que precisa ser entendido são livros, filmes e gramáticas, quem precisa de sua compaixão e compreensão é mentecapto ou deficiente físico, quem precisa de ajuda, atenção e devoção o tempo todo é nenê de colo, o que precisa ser decifrado são enigmas, segredos de cofres, etc.
Uma pessoa para lhe fazer feliz possui afinidades com você, faz com que exista leveza em casa encontro: vocês se entendem e se compreendem, não é preciso dedicação intensa para que um compreenda o que o outro “deseja”, tudo flui de forma pacifica e natural. Logo, hesite em dar atenção a quem “requer” demais de você, valorize cada instante de sua vida não desperdiçando seu tempo com pessoas que, de tão complexas que são, beiram a sandice.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 05 de novembro de 2011.

Incoerentes

Incoerentes


Tudo bem que a “esperança seja a última a morrer”, mas tenha a esperteza de não querer torná-la “eterna”. Pare de esperar atos justos, corretos ou, ao menos, coerentes e lógicos, de quem nunca teve caráter para agir de tais maneiras.
Você pensa que falando “isto” ou “aquilo” para uma pessoa ela vai “acordar” para a realidade, vai resignar-se, calar-se e viver em paz, olvidando de sua existência, todavia, isso não ocorre então, você, inocente, não compreende e lamenta o “ilastimável”, afinal, as pessoas não mudam: uma vez egoístas, vis, orgulhosas e maldosas, para sempre serão assim.
Existem dois estilos de pessoas no mundo: as positivamente normais, tão raras que podem ser tidas como “anormais” hodiernamente, e as negativamente normais, quase a maioria delas. Então compreenda que o que é normal do seu ponto de vista sadio e nobre de ver a vida pode ser anômalo para uma pessoa de mente doentia ou infeliz.
Algumas pessoas não são psiquicamente sãs para agirem com coerência: desista delas, desista da expectativa de que, um dia elas agirão de forma justa e compreensível. Lamento lhe dizer meu amigo, mas os sanatórios abrigam poucos loucos, a maioria esta por ai, convivendo em sociedade e tendo o prazer de tentar lhe convencer de que o demente é você e eles são os “senhores da razão”, as “vítimas” de um mundo injusto e de pessoas “usurpadoras” de sua “bondade supra-humana” e que, além disso, conspiram contra eles. Valha-nos Deus!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 05 de novembro de 2011.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sai pra lá...



Sai pra lá...



Sai pra lá pessoa que não aprende, não amadurece e nem evolui, fique longe de minha aura clara pessoa de alma negra, pessoa maldosa, mentirosa e perigosa! Quem não te conhece que te compre (povero diavolo).
Sai pra lá ofensor injusto, sai pra lá com tuas lamúrias e reclamações de pessoa ingrata, sai pra lá com a tua falsidade e capacidade de manipular quem não te conhece e quem é inocente demais para perceber tua malícia, tuas segundas intenções, afinal, tu nunca ages de coração, precisas, isto sim, ser beneficiado em algo, tanto nas tuas amizades como nos teus relacionamentos amorosos.
Quem não consegue assumir a culpa por sua própria derrocada, quem não consegue analisar os seus erros, jamais irá aprender nada na vida, então: sai pra lá criatura infame e orgulhosa!
Sai pra lá cidadão que adora se “fazer” de vitima como um psicopata sem aptidão para matar ou se matar, sai pra lá criatura infeliz, incompetente e covarde! Se tu não fosses tão imerso em orgulho e egoísmo, logo, tão estúpido e burro, até que representarias um perigo maior à sociedade, mas isso só poderá ocorrer na tua próxima encarnação, se ela existir. Deixe a mim e ao resto da humanidade em paz, por favor!
Entre em teu calabouço e jogue a chave fora, apenas assim não farás mal a quem te ama, a teus pais e aos amigos que tens, todos melhores do que tu, nos mais variados aspectos. Pobre de ti! Teve sorte demais nesta vida para ter sido tão rude e ingrato com ela. Sujeitinho vê se te manca: a vida te dá a bola na frente do gol até duas vezes, mas se você não chutar e ficar ranzinzando ela te tira as traves. E os gols, e as vitórias? Never more!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 03 de novembro de 2011.

Auto-estima e seletividade



Auto-estima e seletividade





Não é você que se tornou mais seletivo, é sua auto-estima que melhorou, seu equilíbrio interior e amor próprio que foram redescobertos por você. Foi você que “cresceu” aos seus próprios olhos.
Às vezes você pode olhar para trás, pensar e se perguntar “como pude me relacionar com tal pessoa?”, “como agüentei seus disparates, sua arrogância, chatice e vileza?”, “onde eu estava com a cabeça quando tive paciência com aquele ser abjeto?”, a resposta sucinta é uma só, porém não muito enaltecedora de sua moral: você suportava e tolerava demais, porque estava se amando “de menos”, estava se dando pouco valor, portanto.
Você tem o valor das pessoas que ama e com quem escolhe passar a sua vida. Vendo quem é o seu “amado” uma pessoa pode descobrir muito sobre você, desde seu apreço por si mesmo, até sua ganância ou carência.
Nunca esqueça que nenhum casal permanece harmonicamente unido se inexistem semelhanças de caráter entre os parceiros. Logo, se hoje você sabe o valor que possui e passa a escolher melhor alguém para amar, para dormir e acordar ao seu lado, não é porque, “do nada”, você tornou-se mais seletivo, é, isto sim, porque a custa de algum sofrimento você se redescobriu e passou a se valorizar e a se amar mais. Não é muito simples, mas é compreensível.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 03 de novembro de 2011.

Calúnia?Não tolero, (não mais).



Calúnia? Não tolero, (não mais).


Perdi a tolerância para com alguns atos que, por algum equivoco muito sério de minha mente, eu já tolerei. Não aceito mais calúnia de espécie alguma. “Você acha que eu?”. “Falaram que eu?”. Azar o seu, estou saindo, com licença, cada um tem o direito de pensar o que quiser, mas não o de falar. Detalhe, eu passei a me reservar o direito de não aceitar ouvir besteira alguma que tenham inventado a meu respeito, ou que inventem para me ferir
A cabeça do ser humano é um universo vasto e criativo. A mente humana é capaz de usar inúmeros artifícios benévolos e malévolos para se defender, para se proteger, para se envaidecer, para tentar evitar sua derrocada psíquica rumo ao amargo arrependimento ou a uma insolúvel depressão.
E é ai que entram as ofensas gratuitas e sem razão, e é ai que entra a injúria, a difamação, e é ai que os fracos desonram o nome dos inocentes, é ai que o culpado vira santo, que o ignorante virá sábio, que o sapiente vira tolo, que o miserável vira rico, que o vazio fica cheio, que o cheio se esvai, que o maldoso vira bom, que o bondoso é desprezado, que o sem valor é valorizado e que o valoroso é tripudiado.
Eu perdôo as pessoas que inventam coisas a meu respeito porque sei quão miseráveis elas são, psíquica e espiritualmente, eu perdôo quem me critica sem razão porque tenho piedade de sua torpeza mental, todavia não quero mais essas pessoas perto de mim. Deixei de acreditar em tudo que sai de suas bocas, porque quem inventa, mente e calúnia uma vez pode fazê-lo sempre. E o pior de tudo: Termina acreditando em suas mentiras para se fortalecer. São seres humanos perigosos, muito perigosos.
Eu perdôo, mas quero muita distância, afinal o convívio faz relembrar as ofensas, reviver a mágoa e torna o perdoável algo indesculpável. Pode pensar, pode se convencer que a sua mentira é uma verdade e repassá-la para outros que, poderão “nela” crer, mas não me fale, eu não aceito ouvir. Eu sei a verdade, apesar de não ser dona dela, mas não quero donos de mentiras circundando minha doce e bela vida.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 03 de novembro de 2011.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dar as costas

Dar as costas

Resolvi dar as costas para algumas coisas e pessoas no mundo, se isso é falta de educação ou “sociabilidade parca” não me importa, o que eu não quero é ver na minha frente o que ou quem eu desprezo, por isso eu fico de costas.
Dei as costas às maledicências, a mentira, ao orgulho, a inveja, a presunção e ao mau humor, ou, em termos mais apropriados: dei as costas a quem possui estas infelizes características.
Desprezo gente fofoqueira, que não cuida da sua vida, mas quer gerir a alheia, dou as costas a quem critica os demais por inveja, por serem pessoas amargas e orgulhosas. Dei as costas aos “expectadores da vida alheia”, dei as costas às pessoas desequilibradas que desejam ser compreendidas e não sabem fazer mea culpa.
Dei as costas a adultos que precisam mais de uma subalterna do que de uma mulher em casa, dou as costas a homens que precisam de uma babá 24h por dia para corrigir seus atos infantis e inconseqüentes, prefiro, pois cuidar do meu gato que é mais decente e independente do que muitas pessoas neste mundo.
Dei as costas a quem quer relacionamentos fugazes, aos homens que não conhecem a essência das mulheres, as mulheres que não hesitam em transar com o sujeito para, depois, ter longas conversas com as amigas para contar suas proezas ou falta delas, dei as costas aos homens machistas que não são carinhosos, calmos, afáveis e bem criados. Dei as costas, também às mulheres que não sabem falar de outra coisa que não sejam roupas, festas e sexo. Dei as costas a pessoas dependentes, afinal, não sou psicóloga para ajudá-las e nem tenho a paciência de Jesus Cristo para ouvi-las.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 01 de novembro de 2011.

Traumas



Traumas






Não é por saber algumas coisas que eu consiga agir da melhor forma possível, ou seja, colocando em prática o que aprendi, o que sei, exemplo disso é a invalidade do medo na vida humana, ou seja, o medo não resolve nada, só prejudica e estagna a vida do homem. Você sofreu, aprendeu, sabe como as “coisas funcionam”, mas tem medo: resultado zero!
Sim, eu sei disso e você também, mas se uma pessoa tem algum medo, não é porque ela queira ou goste, é porque é muito difícil se livrar de alguns traumas, do que chamo, pois de “estresse pós-traumático afetivo”.
Você se liberta de quem, um dia, você chamou de amor, se liberta do relacionamento triste e sofrido que teve, se liberta das lembranças, até que, de repente, alguém diz, age ou brinca de forma a lhe fazer recordar de algo. Logo começa uma taquicardia, variação da pressão arterial, tremor, vontade de trancar-se em casa e não sair, vontade de chorar, de dormir para não sofrer.
Tudo isso por quê? Pelo medo advindo do trauma da dor, do sofrimento, da traição, da humilhação. Talvez um psicólogo ou psicanalista lhe ajude, talvez não. Talvez a questão seja sofrer e ter paciência, serenidade e não ansiedade, talvez a questão seja admitir a dor do passado e deixar o tempo passar agindo com racionalidade no presente, para, um dia, se libertar do medo e se tornar escravo da felicidade e da paz, afinal, tudo passa nesta vida.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 01 de novembro de 2011.

Confio?

Confio?



Eu confio sempre, até “segunda ordem”. Outrora, porém existiam mais requisitos para se chegar a tal “ordem”, hoje eles diminuíram e, uma simples brincadeira pode me fazer desconfiar.
A vida me ensinou que por trás de muitas mentiras existe a verdade, que por trás de algumas verdades, existe um pouco de mentiras, que por trás de cada sorriso há ou já houve alguma dor, e, por traz da dor, já houve alegria e animação. De tudo, o mais cômico que a vida me ensinou é que, por trás de muitas brincadeiras, existe muita seriedade, muitas verdades seriíssimas.
As pessoas mascaram a tristeza com o sorriso, a frustração e a decadência com auto-afirmações, mascaram a dor com uma euforia doentia e, finalmente, mascaram quem realmente são, como realmente pensam, com o que chamam de “brincadeiras”.
Brincadeiras de verdade existem entre as crianças, porque elas são inocentes e dizem verdades sem precisar brincar. Adultos brincam para esconder o que não desejam que seja revelado, para omitir traços vis de sua personalidade, para se esconder na covardia diante do medo de serem verdadeiros, francos e autênticos, para poderem menosprezar o outro e se exaltarem, chamando isso de “grande amizade”.
Logo, o que não soa inspirador ou alegre é o fato de que, com as experiências que tive, passei a desconfiar do homem e suas “brincadeiras” insossas, de palavras ditas ao vento que já foram repetidas para muitos outros indivíduos, desconfio, até mesmo, do que é sempre agradável e nunca autêntico. A vida me tornou mais desconfiada, contudo, menos tola, menos “iludível”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 01 de novembro de 2011.