Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Fera

Fera


Eu não sei se é “mal de TPM” (que nunca tive), se são os calos que a alma da gente ganha com o tempo, se é o excesso de simplicidade na forma de viver e de ser que se choca com as complicações de quem tenta me policiar ou se é um descontentamento com o que é muito tolo, que anda me irritando ultimamente.
Eu não estou agüentando muitas coisas, mas tento suportá-las. A vida é uma só, para que complicá-la? Para que colocar óbices, vírgulas e travas ao invés de aproveitar a liberdade, sorrir, gargalhar, amar e ser feliz? Por que tanta seriedade, porque tantos pudores inúteis, porque cercear a própria boca se não temos mais nossos pais a nos cercear a liberdade?
Eu posso não estar realizada, posso não estar plenamente feliz com a minha vida após passar por momentos mais que difíceis e tristes, todavia, força e coragem nunca me faltaram, assim como bom humor, liberdade de espírito e alegria de viver. Então, é por isso que tudo o que condiz com cerceamento de pensamento, com a possibilidade de o meu jeito ser “podado” me irrita, me fere.
Eu sou como um animal selvagem que vive na simplicidade de seu habitat, come, dorme, faz o que deseja e gosta disso, mas vira fera quando alguém vem cutucá-lo e mais raivoso ainda quando alguém quer aprisioná-lo. Minha boca existe para sorrir e falar o que deseja, eu não sigo os ditames alheios, mas respeito às leis, sou o que sou e não mudo. Não por alguém, apenas se eu achar que convém mudar por mim mesma, afinal, eu não sou apenas uma fera, mas uma fera que já foi ferida. Ferida demais.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 23 de novembro de 2011.

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