Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Relações "bate e volta"

Relações “bate e volta”


Não confunda relações “ioiô” com o que chamo de relações “bate e volta”. Ambas são formas doentes de relacionamento afetivo, todavia, nas primeiras, nem sempre há abuso emocional ou físico, nas segundas há.
Sabe quando você é criança e, na falta de companhia, “joga” vôlei batendo a bola contra uma parede qualquer? Você imprime força, a bola bate na parede e volta para você. Os relacionamentos “bate e volta” são assim: um dos “amantes” é a bola e o outro é a mão que bate nela.
Um abusa da boa vontade do outro, de sua boa-fé, paciência, abusa de seu amor, de sua indulgência, fere sua auto-estima, sua alma, mas pede perdão, vai atrás correndo quando ele resolve sair de sua esfera de contato. E, por paixão, carência ou pela falsa esperança na mudança do outro, ele volta, achando que as “coisas” serão diferentes.
Mas, com o tempo ele vê que nada muda e escapa novamente. O outro vai atrás, persuasivo, usando todas suas lágrimas e palavras doces que, sabe, tocam o coração de quem lhe adora, de quem é apaixonado por ele e, abusando disso, insiste e o convence a regressar.
Assim os relacionamentos “bate e volta” se mantém, desta forma doentia, cheia de paixão, de esquecimento, por parte de um dos indivíduos, de si mesmo. Mas, chega o dia em que esta pessoa vai e não volta mais, e o outro fica sem compreender como ele conseguiu romper a parede, como ele conseguiu se libertar.
Nem sempre o sujeito egoísta compreende tal fato, afinal se acostumou com o perdão do outro, se esqueceu que, se é possível vencer as “convicções” alheias cansando-lhe, um dia o sofrimento também cansa e, neste dia, meu amigo, tudo muda e nem um milagre pode fazer aquele que, enfim se libertou e achou outro caminho, voltar atrás.

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de novembro de 2011.

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