Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Burrice, beleza e aquilo que importa.

Burrice, beleza e aquilo que importa.

Eu fico boquiaberta com a arrogância burra de algumas pessoas! Meu pai sempre me disse que a gente pode aprender olhando. Ele aprendeu a dirigir observando e cobrava o mesmo de mim.
Eu não consegui tal proeza, nunca me interessei na verdade. Mas, outras coisas, se eu não aprendia observando, ao menos, olhando ou vendo eu me interessava a ponto de ir atrás, de me informar mais.
Sempre soube reconhecer com humildade o conhecimento do outro e, admirando, não invejando, tentar com ele aprender. Tentar ser melhor do que eu era quando tive contato com determinado individuo, enfim. Acho que nos tornamos o retrato aprimorado daquilo e daqueles que admiramos e convivemos, pessoas arrogantes e invejosas não admiram e, portanto, não crescem: preferem e desejam que o outro retroceda. E isso, para sua infeliz surpresa, não ocorre!
Admirando algo ou alguém eu colhia informações para me aprimorar como o admirado, por exemplo. Não é o que vejo, infelizmente em inúmeros casos. Algumas pessoas me parecem incapazes de ter a humildade da “imitação” ou a curiosidade da busca, mesmo que vejam e se entrosem com pessoas cultas e bem articuladas, não se importam em tentar melhorar a si mesmas e a se aprimorar. Isso me ferve o sangue.
Sabe por quê? Questão de prioridade! Coloque alguém bem vestido, fisicamente elegante e magro perto para ver como o cidadão vai imita-lo para tentar ficar com ele semelhante. Capaz de procurar academia, cirurgião plástico, contratar personal, gastar o que não tem, além de parar de comer massa, de beber, tudo porque o corpo do outro é admirado. Quando a admiração, no entanto, deve ser destinada ao que importa o sujeito não sai da ignorância, mas quando o assunto é uma bestialidade qualquer ele se esforça.
Ler? Estudar? Fazer um curso de língua portuguesa? Comprar uma gramática? Adquirir livros? Assistir a programas instrutivos? Conversar sobre conhecimentos gerais? Não, isso é pesaroso. Fofocas, novela, revista Caras, Nova, dicas sobre sexo e beleza não, são legais, são “úteis”.
Gastar horrores com o cabelo, se preocupar com o corpo, com a alimentação, com o tamanho da bunda (quanto maior, melhor), isso é importante, mas, e a extensão da cultura? Ah, isso não importa. Aliás, “cultura, que cultura”? Cultura pra que?
Esse povo crê que beleza importa, que relacionamentos sobrevivem graças a ela, que tudo gira em torno dela e não da inteligência e da moralidade. A burrice, realmente, é gritante. Ninguém, mas ninguém mesmo fica lindo para sempre! Nem a Brigitte Bardot (a mulher mais linda do mundo, em minha opinião) ficou!
Então, o que sobra? O essencial que é o que, então, irá saltar aos olhos! A inteligência, a cultura, a simpatia, a história de vida, o bom humor, o coração e tudo o que esses seres semi-acéfalos ignoraram por uma existência inteira!
Logo, me pergunto: que destino tem esse povo? Um bando de Xerox físico uma da outra, siliconada, malhada, cabeluda e com as ideias vazias, porque o que diz respeito ao intelecto, bom uso da linguagem e afins não lhes afetou positivamente? É isso.

O destino: um bando de gente fútil e fisicamente atraente que deveria ser muda e que terá no futuro o que sempre mereceu: o desdém alheio, porque não tem mais nada que agregue, que chame a atenção, que atraia, enfim. A vida é cruel com seres humanos burros, ainda que a beleza lhes tenha agraciado por algum tempo.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 1º de dezembro de 2014.



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