Divagações acerca da mentira alheia e do meu
espirito livre.
Eu tenho preguiça para desmentir as pessoas.
Preguiça proveniente do meu excesso de vergonha na cara: a minha se estende aos
outros. Eu tenho "vergonha alheia", fazer o que?! Lendo isso parece
que sou muito tímida, contida e introvertida, certo? Isso, porque você confunde
timidez com brio, com caráter e moral.
Eu tenho dignidade e brio, nem por isso sou uma
chatinha que se faz de "santa". Danço quando, onde e como quero, bebo
quando, onde, porque e o quanto quero, como o quanto desejo, dou risada alta e
sorrio até para as paredes quando estou demasiado alegre.
Assim, sou eu: um misto entre o imensurável bom
humor e alegria paterna e a demasiada sinceridade, transparência e humor
sarcástico da minha mamãe, meu orgulho! E, francamente? Só se "afina"
comigo quem não confunde as coisas, quem não julga cérebro pelo corpo, quem não
julga moralidade pela extroversão, caráter pela alegria, decência pelo riso
frouxo.
Enfim, só gente de mente aberta, mas cérebro cheio
me entende e sabe que minha vergonha na cara se estende até àqueles que não
têm. Logo, quer me mentir, eu vou deixar, não vou lhe constranger, todavia, não
vou mais confiar em você. Simples!
Eu não curto "mistérios" e enigmas, para
mim e em relação às decisões que tomo, dois mais dois, sempre serão quatro,
logo, a consideração, respeito e confiança que lhe dou é proporcional a que me
foi dada. Você age, eu reajo. Do meu jeito.
Não curto corrigir mentirosos, porque, enfim, acho
um dispêndio desnecessário de energia: eles irão manter a falácia e a gente vai
se irritar ainda mais com a sua cara de pau. Quem quer falar a verdade, fala,
quem não quer, mente jurando pela vida da mãe!
Sou o tipo de pessoa que detesta ser corrigida e
tenta evitar corrigir os outros, desde o mau uso do vocabulário, até aquela
sinceridade infame que sugere que o outro emagreça, por exemplo.
Sou livre e sou a favor da liberdade. Todos têm
espelhos, todos têm acesso à internet, dicionário e gramáticas, via de consequência
e, mais, presumo que todos tenham consciência, logo, deixo os mentirosos
acharem que logram êxito comigo. Mas não logram, só que seria muito chato
demonstrar que sei a verdade.
Se eles querem, que se iludam, deve ser muito ruim
viver precisando mentir para sentir-se melhor com a própria consciência,
afinal, quem mente sente vergonha do que faz e, se sente vergonha e faz, isso
já é demasiado humilhante. Mascarar seus atos para parecer, a si mesmo, menos
vil! Ai que dó! Logo, prefiro calar-me e cuidar da minha vida que é divertida o
suficiente!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 08 de dezembro de 2014.
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