Várias faces.
O lado ruim de ser demasiado eclético, de ter em si
inúmeros “eus” com características peculiares, do simples ao sofisticado, do
clássico ao underground, do rock clássico ao sertanejo “moda de viola”, do
natureba ao carnívoro.
Enfim, o ruim de não ser de tribo nenhuma, de ter
em si todos os gostos, simpatias e “ânimos” diferentes é que a gente leva um tempo
danado para aprender o que, dentro de nós, dentro de nossas variações, tem mais
“peso”, o que vigora mais e, consequentemente, para saber o que a gente
realmente precisa, o que faz mais falta, o que deve ficar e o que a gente pode
abrir mão.
Deve ser fácil ter opinião formada sobre tudo, deve
ser fácil ser “isso” e não “aquilo”, gostar só de um tipo de musica, roupa,
filme, música, atividade, diversão e gente. Deve ser mais fácil ter
pré-conceitos sobre aquilo com o qual não se tem simpatia e afeição.
Pessoas assim dificilmente têm embates, ter “guetos”
anímicos, porém, em que pese seja conveniente, não tem nada a ver com minha
personalidade eclética e, sobretudo, cheia de variáveis e predileções diversas.
De toda forma, admiro aquelas pessoas que, do alto
de suas certezas firmes, afirmam, eu “não como isso”, “eu não ouço aquilo”, “eu
não vou a tal lugar”, “eu detesto sofisticação”, “tenho ojeriza ao simplório”, “não
gosto de gente assim”, etc., acabam sofrendo menos. E se divertindo mesmo
também, mas, de regra, esse povo não é divertido e nem quer ser.
Mas, que se dane, eu não tenho pressa pra descobrir
tudo a meu respeito! Posso não saber plenamente o que quero ou quem eu sou, mas
não deixo de lado o que eu preciso. Como diria o poeta americano Walt Whitman: “Eu
me contradigo? Pois muito bem, eu me contradigo. Sou amplo, contenho multidões.”
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 27 de dezembro de 2014.
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