Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 27 de dezembro de 2014

Nem tão simples, mas nada ruim.

Nem tão simples, mas nada ruim.

Eu gosto de relacionamentos amorosos. Ou melhor, eu gosto de relacionamentos humanos. Independente de a relação ser afetiva ou de amizade, fato é que a gente se entrega a um relacionamento ciente do que deseja dele.
E, não raras vezes, com o outro e no convívio com ele aprendemos que existem coisas tão importantes quanto os nossos desejos: os nossos “indesejos”. Num relacionamento acabamos aprendendo e vendo que, nem sempre tudo o que desejamos é “tudo”! Existem coisas que não suportamos e que não sabíamos que são por nós insuportáveis. Não até, no meu caso, nos jogarmos de cabeça num relacionamento.
Ah, mas o “amor tudo releva e tudo suporta”? Sou da opinião de que onde o amor próprio vigora, paixão alguma “apavora”. Logo, não sou o tipo que acha que o amor releva tudo, não quando a pessoa se ama, se valoriza, se conhece e se preza.
Solidão não mata, ficar só não é ruim, para mim, tolerar sim é chato demais. Talvez eu seja hedonista, talvez valorize por demais o prazer, mas uma coisa é certa, junto com ele eu valorizo a minha paz, felicidade e alegria: quando eu preciso “aguentar” algo por alguém, tolerar o que me avilta a alegria, a relação não perdura.
Eu gosto do leve, do suave, do cadente. Tolerância, não nego, é necessária, menos quando, para tolerar, eu precise sofrer e passar por cima do meu brio. Nada simples assim. Mas eu me entendo bem comigo, eu aceito minhas estranhezas. E sim, eu sou estranha.
A gente não vive só de beijos, de juras de amor e de sexo selvagem, por exemplo. A gente vive do convívio com o pacote que o outro traz, desde família até experiências, até o próprio passado, em especial quando é impossível ele deixar de se fazer presente.
E é quando nos deparamos com o “dia a dia”, com o pacote que o outro traz que, mesmo amando, a gente se questiona: “será que eu aguento? É isso que eu quero?”. E, é aí que a gente vê que alguns romances, aparentemente, têm “tudo” para serem simples, mas não são. E eu estou naquele momento da vida que o complicado me extenua, me cansa, me assusta.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de dezembro de 2014.

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