O rebote da beleza.
Numa sociedade em que ainda existem muitas mulheres
que escolhem o parceiro pelo carro e pela profissão, num mundo em que inúmeras
jovens fazem curso superior para agradar a sociedade vez que, como ambição,
cultivam o desejo reacionário de casar-se com o cara mais rico que conhecerem,
fico realmente feliz e orgulhosa quando conheço mulheres esforçadas, mulheres
que batalham por seus sonhos, mulheres que batalham pelo seu próprio pão e construção
de seu futuro.
Ao saber que uma conterrânea minha foi empossada no
cargo de juíza, sendo a mais jovem do País, senti um “que” de esperança no
futuro dessa juventude que está vivendo num vácuo entre a aparência de independência
e a vontade de acomodar-se ao lado de alguém que lhes dê conforto e luxo, mais
do que amor.
É o que vejo seguidamente ao deparar-me com
mocinhas jovens que não se dedicam a falar corretamente, a ler um livro e a
estudar com afinco, mas que gastam o que possuem e o que não possuem para ficar
com um corpão sarado.
Essa geração do peitão, bundão, coxão e cabelão, não
raras vezes, se esquece de que beleza não irá lhe sustentar. Ah, mas vai
ajudar-lhes a casar com um fazendeiro rico? Se o cara for tão idiota quanto e
se você quiser ser mera serviçal e não esposa, talvez. Onde a dependência financeira
faz morada, minha filha, você perde o próprio arbítrio, a própria liberdade
pela qual uma linda geração de mulheres tanto lutou.
“Ganhe pouco ou ganhe muito, mas tenha o seu”. Foi isso
que minha mãe me ensinou e eu aprendi com honra. Logo, fico muito feliz ao ver
jovens cuja beleza não se circunscreve a medidas, mas que está no caráter, na
atitude, na dedicação e na mente. Acredite, minha cara, num mundo em que
parcelam cirurgias plásticas em 24 meses, num mundo em que existe mais de uma
academia de ginástica por bairro, ser bonita é fácil.
A nossa vaidade cresceu a tal ponto que a beleza
supervalorizada está se tornando mais “mero detalhe” do que nunca: sendo mais
fácil ficar bela, é fácil encontrar corpos belos, logo, onde estará o “plus”?
Lá onde as pessoas esquecem-se de cuidar, de zelar, de aprimorar e,
seguidamente, de usar: no cérebro!
Abre o olho mocinha, seu futuro pode ser muito
melhor do que ser sustentada por um marido que vai se entediar com a sua ausência
de assunto e cultura e irá terminar atraído pela colega ou conhecida portadora
dos 3 “Is”, ou seja, pela mulher inteligente, interessante e independente.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 18 de dezembro de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.