Professores de Direito e alunos dispersos.
Creio que a evolução de nenhum acadêmico se dará
enquanto a "culpa" pelo seu mau desempenho (aliás, vê-se uma
contradição óbvia nessa afirmativa) for atribuída ao professor que, diga-se,
não raras vezes faz o que está ao seu alcance para ter a atenção do aluno.
"Ah,
professora, a senhora é legal, mas a matéria é chata!". Pois é, justamente
por ser chata que carece de maior atenção e empenho, afinal, ninguém se torna
advogado estudando só o "legal", só o "divertido", do
contrário as aulas do curso seriam regadas a amendoim e cerveja.
Conhecer as próprias limitações é um passo, prestar
a atenção é outro e fazer uma análise da própria conduta antes de massacrar a
imagem do professor é fundamental para progredir. Ah, já estava me esquecendo:
deixar o celular de lado e as redes sociais também, porque, uma coisa eu
garanto, não será o amigo bonitão ou a amiguinha que lhe chama toda hora no
whatsapp que irão pagar a disciplina que você terá que cursar novamente se
reprovado for.
Aliás, creio que nem o namorado ou a namorada o
farão. Comprometimento, meu amigo, é isso que está faltando nos bancos
acadêmicos. É preciso ter a certeza de que o professor se esforça para fazer a
parte dele, a instituição como um todo também, mas sem comprometimento, filho
mais velho da responsabilidade, ninguém chega aonde quer. Ou aonde diz que quer
chegar.
Se existem os alunos que se saem bem, tenha
certeza, verifico isso em todas as turmas que leciono: eles têm seus méritos.
Interagir, deixar o celular na bolsa e prestar a atenção na aula são os mais
fortes exemplos.
Não existe ser humano "burro", existe ser
humano que tem preguiça de pensar, de ler, de se fixar no necessário e não no
"legal", no "engraçado", incluindo aí "a morte da
bezerra", o facebook, o bíceps do colega, a bunda da outra aluna, a roupa
do professor e a mosca que insiste em voar! (Moscas ardilosas!) Direito, meu
amigo, não é um curso divertido! Ele é pra quem sabe que, começando, nunca,
simplesmente nunca (!), se exonerará do dever de ler, de estudar. Muito,
diga-se de passagem.
Fácil de entrar, difícil de sair. Mas lindo e
muito, muito importante. Advogados são os médicos da vida civil. Valorize-se
acadêmico, valorize os livros, valorize seus mestres! E valorizar, não quer
dizer se "orgulhar", se tornar arrogante e convencido. Valorizar quer
dizer se esforçar para ser bom, se dedicar, ler, estudar e prestar atenção. Os
livros são grossos, são demasiado extensos? Então valorize uma aula e o que é
dito em "palestra": o professor teve que ler muito mais que um livro
para estar onde está. Usufrua-o, concentre-se, empenhe-se!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 18 de dezembro de 2014.
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