O que “deveria ser” e o que “é”: a polêmica de Pitty
e Anitta.
Sobre a polemica PittyXAnitta: por favor, menos
hipocrisia! Existe muita diferença entre o “ser” e o “dever ser”, a funkeira,
em que pese numa afirmação totalmente incondizente com a postura que tem, falou
o que “é”, um fato, algo que, infeliz e costumeiramente ainda ocorre. Falou
algo do “campo” do “ser”.
Já a bela rockeira falou algo do campo do “dever
ser”. Sim, os homens não deveriam pensar mal sobre as mulheres e suas atitudes.
Dever, não devem, mas 9 em 10 pensa e faz, ou você é a Alice? Aquela do País
das Maravilhas, leia-se, no caso, “mundo das maravilhas”?
Não sou um exemplo de feminista, muito pelo
contrário. Sou da opinião de que homens e mulheres são diferentes genética,
hormonal, física, psíquica e intelectualmente e foi “mais ou menos” isso que,
num diálogo bastante tortuoso, a Anitta quis falar ao se referir a “instintos”
diferentes. Frise-se, falou de forma demasiada e ridicularmente machista, mas não
totalmente sem lógica. Se isso dá o direito do homem julgar a mulher inferior,
ou melhor, se ele age certo fazendo isso, entra na parte da razão da Pitty: não
devem achar nada. Mas acham, meu povo! Tem os que acham legal, tem os que acham
feio. Pronto!
Porém, seres humanos tem o direito de pensar o que
bem entenderem, logo, seguindo o exemplo de ambas, assim como eu me dou ao
direito de achar que a mulher que fica com o cara só porque ele paga bebidas
caras é “piriguete”, também me dou ao direito de achar um retardado de marca
maior o que fica com uma acéfala só porque ela é gostosa para exibir para os
amigos igualmente idiotas.
Entendeu aonde quero chegar? Nem machismo, nem
feminismo: mais racionalidade! É o que eu penso. Ridículos eles, ridículas elas,
mas ninguém pode cercear o meu direito de pensar como penso. Quanto a direitos
iguais, salários iguais, um parêntese: tolice número 1 da Anitta, da qual nunca
imaginei que pudesse pensar de forma diversa quando o assunto é cultura e
conhecimentos gerais.
Razão, para mim, assiste à Pitty, mas não esqueçamos
que a funkeira, do alto de sua tola “esperteza” se referiu ao que
costumeiramente ocorre na nossa sociedade machista. A Pitty falou do que
deveria ser, mas, na maioria das vezes, não é.
Homem que fica hoje com a mulher e liga no dia
seguinte ainda é considerado sujeito de atitude, mulher que faz o mesmo é
considerada carente ou desesperada, homem bêbado na balada, alegre e dançando
de forma ridícula, está se “divertindo”, mulher fazendo o mesmo está “sem noção”,
se “oferecendo” para qualquer um. Homem que sai toda noite com uma é garanhão,
gostoso, poderoso, mulher que faz isso é “passada”, é “vadia”.
Ah, mas não deveria haver essa diferença de
julgamento? Não, não deveria, mas há. Entre o não “dever haver” e o “haver”
existe um abismo! Na minha cabeça, portanto, cabeça de pessoa que não segue religião
alguma, que não é filiada a partido politico nem idolatra ninguém, cabeça de
uma mulher que repudia a hipocrisia, em qualquer desses casos, todos são
julgados de forma igual.
Vejamos: o cara bêbado dançando de forma estranha e
a mulher bêbada agindo da mesma forma: ambos perderam a noção. Homem promíscuo,
mulher promíscua: carência de amor próprio, “encontraram” a genitália no lixo. Homem
que liga no dia seguinte? Legal, se a mulher tiver gostado dele, melhor ainda. Mulher
que liga, problema dela. Atitude dela. Resultados dela. Eu não ligo, ah, mas eu
sou uma mulher estranha, então, deixa pra lá!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 11 de dezembro de 2014.
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