Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Fé no ser humano: Aonde? Humano? Quem?

Fé no ser humano: Aonde? Humano? Quem?

Hoje eu tive o azar de ouvir: “Para ser bom advogado não precisa escrever bem, o Word corrige praticamente tudo.” Daí eu pensei, será que esse Word é o Pontes de Miranda encarnado e eu não sei? Rui Barbosa, talvez?
Então, voltando ao meu juízo perfeito, pensei, “não, essa pessoa (ou seria um quadrúpede?) está se referindo àquele recurso de correção ortográfica mesmo”. Ocorre que, se o problema das pessoas fosse puramente erro ortográfico, estaria barbada ler petições de colegas e corrigir monografia de alunos.
Os erros estão em concordância, em exposição de raciocínio, em fazer-se entender! Erros que indiciam ausência de leitura, de conhecimento da língua portuguesa. De conhecimento mínimo! Compreendeu?
Existem bacharéis e advogados incapazes de elaborar uma folha de petição compreensível. Isso não tem nada a ver com erros de ortografia, meu amigo! Nada. Saber escrever, vai muito além de ler um dicionário. E, consequentemente, fica aquém dos recursos de correção, porque o Word não corrige a confusão entre o “mais” e o “mas”, concordância, (não raras vezes corrige errado) e, principalmente, não lhe dá sinônimos, enfim, não vai aumentar o seu vocabulário.
Talvez, o povo que pensa desta forma, seja aquele tipo que tem lábia, sorte e oportunidade e venha a sustentar-se com a advocacia. Mas, para mim, será sempre medíocre.
Aliás, um cérebro de onde surgem ideias de tal forma tacanhas deveria ser estudado pela NASA, porque, francamente, não pode ser normal. E, se for, eu realmente estou precisando de um calmante, porque, mais um pouco eu faço como o Jeremias (“Se eu pudesse matava mil”), só para fazer uma limpeza de asnos de duas pernas do mundo.
Esse acesso facilitado a instituições de ensino superior está gerando um numero surpreendente de estudantes que tem preguiça de pensar, que, entrando na faculdade, sobretudo de Direito, creem que estão num nível superior e que, portanto, não carecem de esforço, de mais leitura e de estudo. Creem que não carecem fazer um curso de língua portuguesa, ainda que tele presencial ou assemelhado. “Pra que se o Word corrige meus erros? Eu faço Direito, ora essa!”. Ainda que tenha entrado na faculdade só por ter escrito o nome numa pseudoprova.
Eu não tenho nada contra gente sem instrução, sem estudo. Eu não gosto é de gente burra que quer “bancar” a inteligente, que não lê, não se esforça e acha que a vida é fácil como dormir depois de pileque.
Contam com a sorte? Talvez e quiçá até tenham, assim como tiveram ao obter acesso a uma instituição de ensino superior, mas isso não lhes torna menos toscas, ignorantes e arrogantes. Arrogantes a ponto de falar tamanho absurdo com uma assustadora convicção. Realmente, tem coisas que abalam a minha fé na humanidade.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 08 de dezembro de 2014.


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