Sarcasmo vital.
A vida não é cruel meu amigo, ela é logica. Assim
como ela requer bondade, ela requer inteligência, raciocínio e racionalidade.
Nenhum ato estupido passa impune na nossa trajetória. Nossas escolhas idiotas,
nossos atos impensados, a falta de racionalidade com que agimos quando emoções
acaloram nosso animo e nos impedem de pensar direito, absolutamente tudo isso
um dia nos será cobrado.
Tem quem chame de justiça divina, tem quem chame de
lei da ação e reação, tem quem chame de purgação de pecados, eu chamo de
“sarcasmo vital”, um derivado tragicômico da lei da causa e efeito: nenhum ato
estupido é perdoado pela vida.
Hoje você esquece, amanha ela vem e te joga na cara
que você agiu achando que estava sendo esperto, que foi demasiado confiante,
quando, na verdade, careceu de autocritica, esperteza, racionalidade e
inteligência. Sabe o sujeito que fala e faz estupidez e se acha o máximo? Pois
é, ainda que ele não saiba, a vida virá e fará dele o mínimo.
Sabe a critica alheia, as “más línguas”? Às vezes
elas falam maldades difamatórias, às vezes elas falam verdades mesmo, e, o que
é pior, espalham! Logo, se achar esperto não é nada, ou você age com
racionalidade e inteligência, ou, lamento, você vai se ferrar logo, logo.
Outro dia uma amiga, bastante jovem, contava as peripécias
afetivas de um amigo dela que tem o tradicional “dedo podre” para parceiras. Dentre
tantas meninas o “coitado” só escolhe as pseudosantas, as piriguetes, na real.
Dedo podre meu amigo, é uma coisa, a mão inteira,
ah, daí já é tolice! E eu não tenho pena de gente burra em suas escolhas, sabe por
quê? Porque em pleno século XXI ninguém é totalmente inocente ou, se for, se mesmo
após duas escolhas erradas a pessoa não aprendeu o que deve observar no outro, então
ela é culpada pelas próprias mazelas. Por ser irracional, por ser burra, enfim.
Todos nós estamos sujeitos a engôdos, a ilusões,
agora, passar anos fazendo escolhas ruins demonstra um problema intimo de quem
escolhe, não dos escolhidos. Eu não tenho pena de quem, podendo escolher
melhor, podendo pensar e analisar insiste em se apaixonar pelo inço e não pela
planta saudável.
A vida não nos poupa dos efeitos de nenhuma escolha
impensada e besta, pelo contrário, se analisarmos bem, cada lágrima que viemos
a derramar, cada decepção que tomamos, foi culpa de nossa ausência de
racionalidade. A vida vem, pois, um dia, e nos diz: “Se fosse para você não pensar,
andaria de quatro. Seria um cão, um gato. É humano! Não pensou, agora sofra.”
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 02 de dezembro de 2014.
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