Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 28 de dezembro de 2014

Individualista?


Individualista?

Disseram-me que não querer ter filhos é individualismo, não uma mera opção. E daí ser individualista? Por acaso a gente tem obrigação de ser mãe para ser uma “boa pessoa”? Se fosse assim, não existiriam mães relapsas, mães egoístas, mães possessivas.
Individualismo não é egoísmo, o problema é que as pessoas são hipócritas demais para entender alguns conceitos. Ter ou não ter filhos, além de ser uma opção deve se ligar a aptidão, ao autoconhecimento da mulher. Se você gosta de ser livre, de ir e vir quando quiser, de poder falar o que quiser sem se preocupar com uma “pequena” bela presença, pense antes de ter um filho.
A maternidade não torna a pessoa mais mulher. Ela só lhe torna mãe! E se for pra ser mãe, que seja boa. Portanto, não caia nessa de obrigação, de que é lindo e perfeito ter um filho, de que isso lhe fará melhor do que as “não mães”.
Eu, pessoalmente, adoro bebês! Eles são lindos, fofos! Mas, quando eles choram eu costumo entregar para a respectiva mãe. E isso é ótimo! É um alívio! Pense bem a respeito de suas vontades, porque, para mim, algumas vontades a gente tem e logo passa.
É preciso vocação não só no âmbito profissional, mas no familiar também. Nossa sociedade católica, além de influenciar os legisladores na criminalização do aborto gerou conceitos que foram inseridos no inconsciente coletivo, como o de que mulher que não gera uma vida não é “abençoada”. Com licença, eu discordo. Sou feliz, sempre alegre, sempre leve. Sim, eu sou mais que abençoada, sou contente!
Portanto, não me venha com imposições. Toda e qualquer decisão que tomemos geram um conflito interior, algo tipo: Então, sou materialista, porque gosto de conforto? Sou fútil, porque gosto do que é belo? Sou egoísta, porque penso em mim? Sou fria, porque não quero um bebê?
Acontece que a gente precisa se conhecer, a gente precisa se desvencilhar dessas concepções de errado e certo que a religião e a nossa educação inseriu em nós. Só assim saberemos quem somos e poderemos ser felizes sem sentir culpa pelas decisões que tomamos. Sem nos sentirmos “menos” ou “maus”. Tire os rosários alheios de seus ovários e de sua mente. E seja feliz!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de dezembro de 2014.

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