Não gosto!
Eu não curto “coitadismo” nem “coitadiantes”. Os
primeiros são os que se fazem de coitados mais por astucia do que por qualquer
outra razão. Os segundos são os que veem “coitadice” em quase todo mundo. Os
que infantilizam as pessoas. “Ah, coitadinho, mas ele é sozinho, a família não lhe
dá atenção”, “ah, coitadinha, ela é tão inocente”.
Gente “inocente”, para mim, tem menos de cinco anos
e “sozinho” ou carente, pra mim, não é quem não tem família, é quem não se ama.
Logo, eu não vou ter dó do cidadão que faz merda o tempo todo, toma decisões
imbecis de forma reincidente, se humilha, perde a dignidade, gasta mais do que
ganha, naquilo que não precisa, não vai pra frente na vida, só porque querem “coitadiar”
a pessoa.
Somos e temos aquilo que escolhemos e,
sinceramente, eu não tenho pena de ninguém. Tenho compaixão de quem merece, de
quem precisa, não de gente estupida que faz estupidez. Com licença, mas errar
uma vez é humano, duas é teimosia ou burrice, de qualquer forma, não curto
nenhuma, nem outra.
As decisões erradas que tomei eu amarguei sozinha
ou num consultório médico. Nunca precisei da piedade alheia, tampouco mendigar atenção
de quem esteve próximo a mim, da família a amigos.
Sempre tive dignidade, vergonha na cara e uma
salutar dose de orgulho. Não tenho pena de ninguém e nunca aceitei a piedade
alheia. Compaixão, esta sim, mas eu nunca implorei por ela ou fui atrás de tê-la.
Portanto, não curto quem vê “coitadice” nos outros, menos ainda quem adora
fazer-se e sentir-se como um coitado.
Sei lá, a letra de Teatro dos Vampiros do Renato,
me define bem: “Acho que não sei quem sou só sei do que não gosto.” Eu não sei
exatamente quem sou eu, quem é a pessoa por trás das palavras, eu me deduzo em
que pese eu curta o autoconhecimento.
Justamente por me conhecer brevemente é que sei que
o que sou hoje, posso deixar de ser amanha. Todavia, dentro de tudo, eu sei bem
o que quero e não quero para mim, o que tolero e o que não tolero, o que gosto
e o que não gosto.
E, pra começar (ou terminar) eu tenho nojo da
palavra “coitado”, da palavra “pena”, em especial quando ela é requerida por
gente que não pensa antes de agir e que não tem um pingo de amor próprio e nem
um cérebro ativo. Burrice, por si só, não é defeito, mas aliada a um baixo
apreço por si mesmo, faz o sujeito cometer atos que até Deus duvida. E disso,
definitivamente, eu não gosto!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 08 de dezembro de 2014.
https://www.youtube.com/watch?v=B6iuIssVqRA
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