Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Filhos e suas “razões” de existir.

Filhos e suas “razões” de existir.

Seguida e infelizmente me pego ouvindo asneiras inomináveis. Em respeito ao interlocutor, seguro a minha vontade de dizer: “Mas filho, você é ignorante viu! Vai carpir um lote e cala a boca”. Mas eu me contenho, porque sou uma mulher educada.
Dentre os tantos absurdos um me chama a atenção: “Toda mulher quer ser mãe, pode ser que não suma, mas quer, afinal precisarão de companhia na velhice. E todo homem precisa de um herdeiro para aquilo que lutou para conquistar.”
Não se fala em ter filhos para propagar o amor que tem em si, para criar uma pessoa “foda” e intelectualmente diferenciada, o que, convenhamos, requer dedicação e esforço dos pais. Mas, pelo contrário o objetivo não é criar, é ter e esperar deles algo em troca num futuro que, quiçá, nem chegue.
Fato é que trazer um ser humano ao mundo não garante cuidado. Trazer um ser ao mundo não garante um bom herdeiro, orgulho ou felicidade. Não raras vezes os filhos acabam consumindo rapidamente o que se trabalhou por anos para construir. O que fazer? Gaste, estude, viaje, invista em você, não há necessidade de gerar uma vida por mero capricho, por convenção social!
Filhos são responsabilidade eterna dos pais, exigem concessão e não são garantia de absolutamente nada: nem cuidado, nem companhia, nem herdeiro talentoso, nem orgulho, nem afeto! Sobretudo quando eles não são “gerados”, despretensiosamente ou porque os pais querem educar, amar e cuidar de uma vida, enfim, porque querem deixar uma pessoa melhor para este mundo de almas presas e gente medíocre.
Trabalhe, gaste consigo, estude, faça cursos, de culinária a enologia, idiomas, astrologia, realize seu sonho em fazer determinada faculdade ou o que for, viaje, passeie, aproveite a sua velhice como você deve aproveitar a sua vida toda: cuidando de si, se divertindo e aprendendo, independentemente de ter ou não alguém.
 Seja feliz sozinho, independente de ter uma esposa, uma namorada, um cão ou uma criança. Se você não é feliz consigo mesmo, nada disso mudará a sua situação anímica e, no caso dos filhos, ainda lhe trará uma responsabilidade vitalícia. Dispensável meu caro!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 05 de outubro de 2015.

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