Sobre o belo, o bom e o rico.
Todo ser humano gosta do belo! Todos gostam de
conforto, de luxo. Até quem tem mau gosto gosta do que é chique e bonito. A
questão, porém, é quão feliz se pode ser tendo beleza, conforto, luxo e
dinheiro, sem que haja o fundamental: o amor, o afeto, o diálogo inteligente, a
cumplicidade, a troca sadia e humilde de experiências e opiniões!
Sem isso, não existe tranquilidade e sem ela não há
paz de espírito e sem paz de espírito todo luxo, todo dinheiro do mundo, toda a
beleza são inócuos. Ou seja, não tem utilidade alguma. Antes de ter o que
é belo ou ter uma bela aparência exterior, para ser feliz, o ser humano precisa
ser belo.
A verdadeira beleza se esconde onde poucos vão, na
humildade, na sabedoria, na alma, na capacidade de reconhecer erros e buscar o
conhecimento, na busca constante pelo fim da ignorância. A beleza está na
gentileza, na afabilidade, na doçura!
É, portanto, possível ser feliz na vila, na casa
pobre, comendo mortadela no café e ovo frito com pão e água no jantar, desde
que haja dentro do coração paz, alegria e contentamento e, só é contente quem
tem aquilo que o dinheiro não compra e as câmeras fotográficas não revelam: um
belo, grande e sábio coração, uma doce, contente e serena alma!
Tenha você todo dinheiro do mundo e nenhuma inteligência
emocional, seja você uma pessoa arrogante, uma pessoa chata, desagradável, alguém
que espera dos outros mais do que lhes dá: você será rico, mas continuará sendo
uma merda de ser humano, mesmo podendo residir ou ir aos locais mais belos do
mundo!
Dinheiro só ajuda quem já tem o que ele não compra.
Do contrário, não tornará ninguém melhor do que é, apenas o fará um coitado,
porém rico. E, convenhamos, que nada pode ser mais ridículo do que uma pessoa
rica ou bela que de atraente só tem o bolso ou a aparência!
Perdoa-se, facilmente a estupidez e a ignorância do
pobre, não a do rico. Passa despercebida a burrice do feio, não a da pessoa
bonita. Algumas benesses, quando não acompanhadas de outras virtudes, se tornam
uma maldição e fazem da criatura objeto de escarnio, asco e, algumas vezes,
piedade alheia.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 10 de outubro de 2015.
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