Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Contrato de felicidade amorosa.

Contrato de felicidade amorosa.

Advogados honestos e bons não podem se comprometer em "ganhar" determinada causa, em "resolver" a situação. A obrigação dele é de envidar todo seu esforço para atingir o objetivo pelo qual foi contratado. Trata-se de obrigação de "meio", não de fim. O meio aí referido é trabalhar em respeito aos interesses do cliente, sem ter certeza se obterá seu objetivo.
Advogado que diz ao cliente que vai solucionar tudo, ou mente ou é vidente, médium, enfim. Impossível! Nas relações amorosas a nossa meta sempre deve ser, também, usar tudo o que nos eh possível para fazermos dar certo.
Jurar amor eterno e o tradicional final feliz, que nada mais é do que uma relação eterna, pode ser lindo, pode ser até um anseio, mas não vai ter efeito algum se a pessoa não se dedicar, dia após dia, em manter o relacionamento leve, porém quente e alegre. O fim a gente não garante, a gente anseia! Natural querer, quando "in love", viver o resto da vida com alguém, mas vontade sem muita atitude será anseio frustrado.
Querer ficar com alguém e ser sempre feliz ao seu lado só funciona na vida rotineira se existirem atos, gestos e muito carinho para tanto. Relacionamentos são como contratos de empreitada nos quais ambos se comprometem a construir uma relação feliz, apaixonada e divertida. Durante todos os dias da união! Se um dos dois deixa a "construção" de lado, o contrato se torna inócuo.
Casamentos são contratos de direito de família. Afetivamente eu diria que são "empreitadas", cujo resultado não tem prazo final de termino se ambos cumprirem seu dever. Ora, mas se os parceiros são corresponsáveis pela construção de uma vida amorosa quente e harmônica, quem seria o "contratante"? A felicidade de uma relação duradoura e, quiçá, sem fim, ou, ao menos, sem razões para ter um fim.
O objetivo da união será este, o meio de construção será usar o amor, o humor e a paixão para viver cada dia da relação como se fosse o ultimo. Se existirão embates? Se nem sempre tudo serão flores? Claro que sim! Pessoas têm problemas, pessoas ficam nervosas, caladas, preocupadas. Mas nada disso justifica a ausência de vontade de fazer dar certo. E fazer dar certo não requer, apenas vontade, requer atitudes em consonância dela.
Alcoólatras em recuperação usam o "só por hoje" para conseguirem viver sem o vício um dia de cada vez. Usar esse mote para fazer uma relação legal é interessante! "Só por hoje" e o amanhã chega! E chega feliz como o começo chegou. Se as pessoas não deixassem para depois o amor que poderia ser vivido e feito hoje, as relações seriam mais felizes.
Mas elas deixam a água do café amornar e, de repente, desistem de tomá-lo. Deixam para depois, deixam, deixam e o depois chega. E chega entediante, chega sem graça, chega sem brilho. Chega como aquilo que não deveria ter sido deixado, chega como o que nunca deveria ter sido adiado, pelo contrário, aquilo que merecia ter sido vivenciado, curtido, sentido e aproveitado!
Viajar, sair de férias, conhecer lugares, isso pode ser adiado em virtude de trabalho, de compromissos outros. Mas o que é afetivo não merece ser adiado, o que acontece entre quatro paredes na vida de um casal tem que ser curtido, tem que ser vivido, sem adiamentos desnecessários.
Diga que ama, beije, abrace, namore, aproveite a cama, a sala, a cozinha, o chuveiro. Não deixe nada para depois, se você pode fazer agora, não deixe para depois os diálogos que devem nascer no momento, as declarações afetuosas, o carinho e o prazer que podem ser ditos e experimentados no presente.
A melhor maneira de cultivar uma relação feliz é vivenciá-la com intensidade, sem postergar as alegrias e sem focar demais nos tropeços. O momento de amar é agora, não se acostume a adiar amor, não se acostume a deixar para depois nada que diga respeito a sorrisos e prazeres.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de agosto de 2014.

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