Mundo (fútil) pós-moderno.
O que é pior do que não ser atraente? É ser
atraente e frustrar qualquer atraído depois de abrir a boca. E tenho
intolerância à gente soberba, gente pseudointelectual, gente que não tem
assunto, gente tosca, enfim, que tem aquela sutil habilidade de se achar melhor
do que é. Como todos os tolos.
Não curto gente que tem um corpo bonito, mas
desmerece toda a beleza física que tem contando vantagem, se exibindo, se
tornando vulgar, falando só de pessoas, de bens e dinheiro e não de ideias.
O estranho, porém, é que em época de fácil acesso a
tratamentos estéticos, de plásticas “a prestação”, de suplementos alimentares e
academias com preço bom, o que mais tem é gente bonita, mas gente sem classe,
sem humor, sem conteúdo, sem cultura e sem a boa e velha inteligência. Cada vez
mais pessoas diferentes destas se tornam exceções. São difíceis de encontrar,
pra caramba!
Não sei se é algo nos descolorantes de cabelo, no
botox enxertado nos lábios, nos suplementos alimentares, se é transmitido por
osmose de programas televisivos que tem mais “bunda” do que opinião, mas o povo
está evoluindo fisicamente e regredindo intelectual e, sobretudo, moralmente.
É muita gente ficando parecida, semelhante
fisicamente, num mundo que virou um local onde se vê coisas belas e se ouve
absurdos, num mundo de bela aparência, vazio de conteúdo.
A mídia impõe um padrão, as pessoas o seguem: uma
hora é ficar esquálida, noutra é aumentar os músculos, aumentar a bunda, colocar
silicone nos seios. Cabelos ficam claros, ficam longos, lábios são aumentados,
mas cultura e inteligência que é bom, pouca gente investe, pouca gente se
preocupa em aumentar. Triste realidade
do mundo (fútil) pós-moderno.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 08 de agosto de 2014.
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