Reclamações e expectativas.
Teve um tempo em que eu reclamava mais. Reclamava
do meu namorado, reclamava do meu emprego, reclamava do meu marido, reclamava
dos meus clientes, sempre que eles, claro, faziam ou diziam, algo que me
desagradava.
O tempo passou e eu mudei. Hoje em dia eu posso até
reclamar, mas só reclamo daquilo que eu não dou causa, só reclamo do que eu não
permito. Sei lá, reclamo de conhecidos falsos, reclamo de gente grossa, reclamo
de pessoas mentirosas, mas não reclamo de quem eu me relaciono afetiva e
profissionalmente. E, por me relacionar, por manter-me com eles, acabo
permitindo que eles ajam de forma a me desapontar.
Enfim, se estou ao lado de alguém que me fere e eu
continuo ao seu lado, a escolha é minha. Todavia, quando eu tomo a resolução de
me afastar, daí então até me dou ao direito de reclamar. Se eu achar que devo,
desabafo mesmo! Faz parte, sou humana. Mas uma coisa é certa, enquanto eu posso
“mandar se ferrar”, mudar de caminho e não olhar para trás, mas não faço, eu
fico na minha, vivenciando meus dias, sem reclamar.
Reclamações não mudam nada, reclamações não servem
para nada, atitude sim, logo, antes de tomar uma atitude não convém reclamar de
nada ou de ninguém. A questão é pensar e repensar, sem muito falar.
Afinal, das contas, pior do que cuspir no prato em
que se está comendo, é continuar comendo no mesmo prato. Então, não reclame do
seu parceiro, minha amiga, se você está descontente, tem duas atitudes a tomar:
aguentar calada ou ficar solteira. Você não nasceu grudado em ninguém, e,
principalmente, ninguém vale o seu sacrifício de ser infeliz.
A vida pede certa pressa. Pressa de ser feliz, ao
menos. Não se aceite ficar triste, não se aceite ficar incomodado ou frustrado
por causa de alguém que não corresponde as suas expectativas. Ah, mas não é
legal criar expectativas? O que não é legal é ter expectativas e se relacionar
com quem as frustra, capiche?!
A ideia é uma: todo ser humano psiquicamente sadio tem
o direito de sonhar, de esperar e de querer o melhor para si. Não apenas o
direito, tem o dever. A questão não é abandonar as expectativas, a questão é
abandonar quem as frustra, porque, com certeza, essa pessoa não lhe fará bem, não
lhe fará feliz.
Se você espera algo de quem não lhe dá, seja
respeito, confiança ou carinho e atenção, deixe da pessoa, mas não deixe de
esperar o melhor para você. É muito depressiva essa coisa de “não criar
expectativas”. Ora essa, se a pessoa for legal, for parecida com você ela não só
corresponderá ao que você espera, como irá lhe surpreender sendo melhor! Pessoas
devem ser deixadas de lado, expectativas não. Ou sim, mas apenas em relação àquelas
que devemos descartar. E, diante da expectativa frustrada, não devemos nunca
mais tentar “recicla-las”.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 09 de agosto de 2014.
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