Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

“Inta”

“Inta”

Ontem uma das minhas lindas alunas do segundo semestre do Direito, no intervalo, puxou um potinho onde tinha duas fatias de pão com queijo cottage. Ela reclamou não gostar, mas disse que era a única “dose” de carboidrato do dia dela. Lembrei-me de mim com os mesmos 17 ou 18 anos!
Para pular o pão eu comia ricota, com iogurte e proteína de soja na salada de frutas! Era o meu café da manha e o meu jantar essa mistura que, diga-se, eu adoro! E eu malhava, malhava muito. Se corpo tiver memória, antes dos 70 eu não “caio”. Mas a vida passa, a gente supera a fase dos “inte”, o tempo encurta e as prioridades mudam. Comidas saudáveis? Disso eu gosto até hoje, mas não deixo meu gosto menos “nobre” de lado.
Há muitos anos eu queria ter o corpo perfeito, durante algum tempo, o corpo que eu tinha como “perfeito” sob o meu ponto de vista de “músculos, sem exageros”, eu tive. Mas daí chegou a hora de trabalhar, a fase pós-formatura! Eu não almoçava, comia clara de ovos tipo louca e malhava ao meio dia.
Mais uns anos se passaram e o cansaço aumentou, mais uns anos pela frente e o casamento me fez ter mais vontade de cozinhar coisas gostosas e ficar na horizontal do que puxar peso durante horas. Nessa época eu passei a malhar meia hora por dia, só musculação, afinal morava numa cidade e trabalhava em outra. Puxava meus ferrinhos quando podia, claro.
E o tempo foi passando, passando e em algumas fases, como na presente, o máximo de exercício que faço é ficar em cima de um salto alto por mais de 4 horas de pé em sala de aula. Alimentação? Para que cortar o carboidrato da manha se não sei se vou ter tempo para almoçar decentemente? Eu cuido, mas não exagero. Não passo vontade, não sofro mais por um ideal de perfeição que eu já vivi.
Hoje em dia, porém, eu me sinto realmente bem por fora e, sobretudo, por dentro. Eu acho que não existe nada que não melhore na aparência quando a alma está contente, está feliz. Não troco um pão de queijo por uma fatia de ricota com peito de peru light, em que pese eu ache mais saudável. A questão é que o meu tempo é curto demais para eu me privar do que é bom.
Saladas, graças a Deus sempre amei. Não abro mão da pizza de sexta e me recordo que há uns 10 anos, quando eu saia em rodízio, comia 17 pedaços! Hoje em dia eu como quatro. Estranho né!? Na fase em que mais me liberei, também me tornei mais equilibrada.
Eu acho que em tudo na vida o segredo é o tal do “nem tanto céu, nem tanto a terra”. Uma boa dose de equilíbrio, uma alta dose de autoconfiança e maturidade fazem milagres pela cabeça e pelo corpo da gente. Realmente, para quem quer aprender, não há nada que o tempo e a vida não ensinem. E como é bom esse tal de “inta”!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de agosto de 2014.

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