Ovelhas.
Outro dia eu vi uma “tirinha” na internet na qual o
sujeito estava deitado ao lado da moça, após uma noite de sexo agradável, após
um jantar em que ela se ofereceu para dividir a conta e ele aceitou, e pensava
algo tipo: “Saco, deu fácil, não vou poder namorar!”.
Jovem, você percebe o quanto isso é ridículo e
capaz de lhe colocar em maus bocados?! Se você conhece uma moça que, claro, é
inteligente, divertida, independente, bonita e decente, mas rola a química e
ela se entrega ao que os hormônios dizem, não significa que ela seja
“inamorável”. Não significa que ela faça isso sempre que conheça um homem, a
menos, claro, que a criatura viva na noite, ficando com um cara por balada! Ainda
assim, você só pode se dar ao direito de desconfiar, não de ter “certezas”.
Todavia, biscates, interesseiras e vagabas se lhe
acharem “namorável”, sabendo que você é um otário machista, mas rico ou bonito,
vão agir de forma a agradar-lhe fazendo-se de difícil, de “pura”, de queridinha,
para você pensar que será uma ótima namorada. E, pronto! Você vai namorar a
mais vagaba de todas!
Sai dessa, “fio”! Aprenda que julgar uma mulher
porque transou com ela fácil é idiotice. É de uma ignorância retrograda e boba.
Se for pra julgar a pessoa, se for pra julgar a mulher, saia com ela mais
vezes, conheça sua forma de pensar o mundo e a vida, sua postura perante a
existência, pesquise seu passado, talvez, mas separar o mundo em: “só namoro as
que não dão fácil” e “não namoro as outras”, faz de você previsível, além de
trouxa.
Eu conheci muitos amigos assim, e, posso dizer
catedraticamente, os sujeitos iam buscar lã e saiam tosquiados. Capiche?! Foram
vitimas do próprio machismo. Cara, aprenda uma coisa, sexo cedo ou tarde só mede
uma coisa: se a química foi boa, porque se é ruim você não vai querer e a mulher
menos ainda.
Tem muita mulher por aí “pagando” de santa pra
conquistar o “posto” de namorada, usar o dinheiro do sujeito, ou aproveitar que
ele paga a conta de bons jantares, até encontrar um cara mais rico. E, depois vai
procurar os pobres, mas bonitos e jovens, para transar.
A visão da gente não pode se circunscrever a
atitudes, não quando elas são isoladas. É claro, eu entendo e até concordo, que
o cara não queira namorar a moça que tá toda sexta-feira na balada, de saia
curta, copo na mão e um paquera por saideira. Mas daí a julgar uma estranha,
porque transou com ela, é de uma imbecilidade que só lhe fará vitima de
mulheres realmente vadias, mas “fazidas”. Essas você vai amar! (Coitado!).
E como tem isso nesse mundo! Eu não apoio, essa
coisa de transar fácil, mas uma coisa é certa: nenhuma mulher com mais de
trinta anos vai passar a vida sem uma transa “facinha”. Acontece de a química
ser forte, acontece de haver carência, acontece de, sei lá, você cansar daquela
coisa que o House dizia: “seu lábios dizem não, seus hormônios dizem sim, sim,
continua.”
Enfim, nem sempre, a gente vai se controlar, ao
menos uma exceção nessa coisa de seguir o que os lábios e a razão mandam vai ocorrer
na vida e isso não faz de nenhuma mulher não namorável, vadia ou algo assim.
Mulher, “fio”, não é santa, mas também não é puta.
O tipo mais perigoso, no entanto, é o que gosta de posar de santinha, mas que
fica perguntando para o sujeito, antes de saber o que ele gosta de fazer, qual
é a profissão dele, qual o sobrenome e onde ele trabalha. Essas sim são
perigosas, porque estão preparadas, estão a caça do namorado rico e se colocam
num patamar moral que não possuem para conquista-lo. Até porque, ele é
previsivelmente machista.
Enfim, tem muito que esses homens aprenderem. Creio
que esses estigmas, transar fácil ou não, só serve para limitar a capacidade do
sujeito de pensar na mulher como uma pessoa que, além de saúde física e sexual,
além de hormônios ativos, tem moralidade, conduta, honestidade, inteligência,
alegria, bom gosto, enfim. O sujeito perde muito por julgar a pessoa por um
ato, como se ela fosse só aquilo. Sei lá, talvez isso só indicie que o
intelecto do rapaz é limitado.
Dos homens que conheço, nenhum dos inteligentes
estigmatiza as mulheres por elas transarem com eles no primeiro ou segundo
encontro, eles estigmatizam, isto sim, as baladeiras, que estão se assanhando
toda semana para um sujeito diferente, bem, aí eu nem questiono, nenhum ser
humano sobrevive sem ter algum preconceito, então que provenha da lógica e de
certa inteligência, ao menos.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 14 de agosto de 2014.
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