Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Maioria.

Maioria.

Se uma pessoa quiser se dar bem em qualquer argumentação comigo, pode esquecer-se de falar a palavra “maioria”. Ah, a “maioria” pensa assim, a “maioria” das mulheres age desta forma, a “maioria” dos homens é deste jeito.
Claro, você pode falar em maiorias comigo, desde que você não queira que eu aja como ela e desde que você não seja como ela! A maioria existe, meu caro, mas se ela fosse boa, se ela prestasse, o mundo não estaria assim, especificamente, o Brasil não estaria como está. Não teríamos os governantes que temos, a corrupção reinante e os valores invertidos a ponto de peitos e bundas serem mais valorizados do que inteligência e decência (Valeska Popozuda é pensadora, certo?!).
A maioria neste País, não é artista: é ator, atriz, apresentador ou o novo corpo da Playboy, a nova egressa do Big Brother (piada!). Artista é quem cria, quem inventa, quem faz arte, quem pensa, não é quem malha 4 horas por dia, mal sabe falar, nunca leu um livro até o final, não tem opiniões sobre nada, joga bola e fala “erado” (sim, com um “r” só!), tem programa televisivo e fatura mais em um mês do que um diplomado competente em um ano. E a maioria valoriza esse povo, acompanha esse povo na revista Caras (baratas!) e afins.
Um mundo em que a maioria se interessa mais pela situação financeira e status alheio do que pelas opiniões e honestidade, não é admirável. Um mundo em que mulheres se interessam por homens pelo carro e dinheiro que têm e homens procuram mulheres apenas pela aparência em detrimento da decência e personalidade, não é um local em que a maioria me atraia.
Ou melhor, o mundo, de um ponto de vista estético e físico, é atraente, mas quem o habita não. Não em sua maioria. Outro dia meus alunos falaram do critério do “homem médio”. O “homem médio”, no Direito, são os nem muito inteligentes, nem muito tolos, a maioria, enfim. Esse critério pode ser judicialmente relevante, mas não moralmente. O homem médio no século XXI me assusta!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 22 de agosto de 2014.  

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