Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Da falta de empatia e do Zeca (babaca) Camargo II.

Da falta de empatia e do Zeca (babaca) Camargo II.

Eu não ofendi aos meus alunos fãs do Cristiano Araújo quarta-feira na aula de Direitos Humanos quando, não muito bem ciente do que ocorreu, eu lamentei o falecimento e só disse que conhecia apenas uma música dele, aquela divertida chamada "Maus bocados".
O que ofende as pessoas não é, o "não conhecer o cantor", isso ninguém é obrigado! Eu, além da canção referida estou conhecendo outras agora, porque vejo na televisão! Conhecia mas não sabia que eram dele, enfim. Os jornalistas protegendo "aquele outro lá" tentam fazer os fãs do falecido pagarem de imbecis revoltados, de fanáticos estúpidos.
O que lhes ofendeu foi o menosprezo ao que eles cultuam, foi a afirmação a respeito de sua "pobreza cultural". Isso ofende meu amigo! Ninguém é obrigado a ser tido como "culturalmente" pobre, só porque se indigna quando sua cultura é chamada de "pobre": cada ação, gera uma reação, mas tudo requer justiça e bom senso!
Não venham dizendo que o Zeca Camargo ofendeu aos fãs do "de cujus" porque disse que muitos o desconheciam! Filho, se meus ídolos Chico Buarque ou Caetano morrerem hoje haverão aqueles para os quais eles não fazem ou fizeram a mínima diferença!
Dai eu, munida de minha arrogância cultural deverei "bloggar" que "o descaso com o falecimento do fulano demonstra a pobreza cultural brasileira"!? Isso é legal? Educado? Admirável? Ninguém é obrigado a gostar do que eu gosto.
Existem coisas que a gente pode pensar, que qualquer um pode pensar e até falar num meio de pessoas que pensam da mesma forma, mas, convenhamos, dai a tornar o seu pensamento algo público é temerário e muito, muito idiota!
Respeito é bom e até quem está dançando até o chão em baile funk merece! Não gosta? Se reúna com quem também não gosta e sente a "ripa", mas não precisa divulgar ao mundo o quão sua cultura branca, classe média e educada é "superior".
Sabe sexo? As mil sacanagens legais que a gente faz a dois e entre quatro paredes? Então, elas precisam de afinidades, liberdade e vontade mútua para existirem! Não carece sair por aí fazendo sexo em público, no meio de uma festa. Ou seja: há momento, lugar e até "pessoas" para tudo!
Não se fala ou faz em público o que se deve fazer com quem tem afinidade com você, acredite, isso não é falsidade nem hipocrisia, é saber respeitar quem pensa de forma diferente e até empática, porque no momento a maioria sente condolência. Isso é ser bem educado, é ter finesse!
Essa atitude de "mitar" (segundo alguns internautas que desconhecem, presumo, o conceito de respeito cultural), do Zeca Camargo, contrariando a todos, mostra algo muito humano: vontade de se aparecer! "Ah, ninguém me nota, estão todos falando do caminho A, então eu vou falar do caminho B, para arrasar e chamar a atenção!".
O triste é que chama, o legal é que chama por ser medíocre. O povo não e tão tolo como os arrogantes pensam, nunca devemos subestimar a inteligência do brasileiro parça! "Ai, minha nossa está todo mundo se digladiando então vou falar de paz e de amor para o mundo me notar e ver como eu sou culto, especial e diferente!". Previsível, calculável e sim, como o "pseudo culto" do jornalista, muito, muito medíocre!
Do que adianta falar ou fazer coisinhas diferentes se em 99% das vezes você não se destaca por ser afável ou doce? Sim, ele quis chamar a atenção e chamou, mas ninguém vai me dissuadir que ele o fez por ser um arrogante.
E volto a dizer, não sou fã do falecido e dos seus companheiros que estão por aí, tenho vários textos a respeito e não mudei minhas idéias, mas o bom senso me impede de, em sendo famosa (o que não é o caso, pois não sou) publicar que o "brasileiro tem uma cultura parca", só porque a maioria não curte o que eu curto ou eu não curto o que a maioria curte!
Sou extremamente libertária. Em relação ao aborto e drogas também! Odeio maconha e outras drogas, me previno de ter filhos quando namoro o quanto posso, mas é por isso que vou ignorar quem não faz isso ou age como eu? Não né!? Porque cada um gosta, faz e vive como lhe apraz ou pode e ninguém deve impor-se a mim, nem eu a ninguém, por isso o jornalista sempre será um perfeito sem noção para mim.
Enfim, sou a favor da descriminalização das drogas e aborto, mesmo que eu não simpatize com eles! E com este exemplo acabo a minha parte nesta discussão: não coloque palavras na boca do povo, parça, porque, aqui, pra burro ninguém serve! Aliás, o verdadeiro burro é quem menospreza a inteligência alheia como este "auto" protecionismo da classe jornalística que tenta colocar o povo fã do falecido como algoz e não como ofendido.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de junho de 2015. 

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