Da falta de empatia e do Zeca (babaca) Camargo II.
Eu não ofendi aos meus alunos fãs do Cristiano
Araújo quarta-feira na aula de Direitos Humanos quando, não muito bem ciente do
que ocorreu, eu lamentei o falecimento e só disse que conhecia apenas uma
música dele, aquela divertida chamada "Maus bocados".
O que ofende as pessoas não é, o "não conhecer
o cantor", isso ninguém é obrigado! Eu, além da canção referida estou
conhecendo outras agora, porque vejo na televisão! Conhecia mas não sabia que
eram dele, enfim. Os jornalistas protegendo "aquele outro lá" tentam
fazer os fãs do falecido pagarem de imbecis revoltados, de fanáticos estúpidos.
O que lhes ofendeu foi o menosprezo ao que eles
cultuam, foi a afirmação a respeito de sua "pobreza cultural". Isso
ofende meu amigo! Ninguém é obrigado a ser tido como "culturalmente"
pobre, só porque se indigna quando sua cultura é chamada de "pobre":
cada ação, gera uma reação, mas tudo requer justiça e bom senso!
Não venham dizendo que o Zeca Camargo ofendeu aos
fãs do "de cujus" porque disse que muitos o desconheciam! Filho, se
meus ídolos Chico Buarque ou Caetano morrerem hoje haverão aqueles para os
quais eles não fazem ou fizeram a mínima diferença!
Dai eu, munida de minha arrogância cultural deverei
"bloggar" que "o descaso com o falecimento do fulano demonstra a
pobreza cultural brasileira"!? Isso é legal? Educado? Admirável? Ninguém é
obrigado a gostar do que eu gosto.
Existem coisas que a gente pode pensar, que
qualquer um pode pensar e até falar num meio de pessoas que pensam da mesma
forma, mas, convenhamos, dai a tornar o seu pensamento algo público é temerário
e muito, muito idiota!
Respeito é bom e até quem está dançando até o chão
em baile funk merece! Não gosta? Se reúna com quem também não gosta e sente a
"ripa", mas não precisa divulgar ao mundo o quão sua cultura branca,
classe média e educada é "superior".
Sabe sexo? As mil sacanagens legais que a gente faz
a dois e entre quatro paredes? Então, elas precisam de afinidades, liberdade e
vontade mútua para existirem! Não carece sair por aí fazendo sexo em público,
no meio de uma festa. Ou seja: há momento, lugar e até "pessoas" para
tudo!
Não se fala ou faz em público o que se deve fazer
com quem tem afinidade com você, acredite, isso não é falsidade nem hipocrisia,
é saber respeitar quem pensa de forma diferente e até empática, porque no
momento a maioria sente condolência. Isso é ser bem educado, é ter finesse!
Essa atitude de "mitar" (segundo alguns
internautas que desconhecem, presumo, o conceito de respeito cultural), do Zeca
Camargo, contrariando a todos, mostra algo muito humano: vontade de se
aparecer! "Ah, ninguém me nota, estão todos falando do caminho A, então eu
vou falar do caminho B, para arrasar e chamar a atenção!".
O triste é que chama, o legal é que chama por ser
medíocre. O povo não e tão tolo como os arrogantes pensam, nunca devemos
subestimar a inteligência do brasileiro parça! "Ai, minha nossa está todo
mundo se digladiando então vou falar de paz e de amor para o mundo me notar e
ver como eu sou culto, especial e diferente!". Previsível, calculável e
sim, como o "pseudo culto" do jornalista, muito, muito medíocre!
Do que adianta falar ou fazer coisinhas diferentes
se em 99% das vezes você não se destaca por ser afável ou doce? Sim, ele quis
chamar a atenção e chamou, mas ninguém vai me dissuadir que ele o fez por ser
um arrogante.
E volto a dizer, não sou fã do falecido e dos seus
companheiros que estão por aí, tenho vários textos a respeito e não mudei
minhas idéias, mas o bom senso me impede de, em sendo famosa (o que não é o
caso, pois não sou) publicar que o "brasileiro tem uma cultura
parca", só porque a maioria não curte o que eu curto ou eu não curto o que
a maioria curte!
Sou extremamente libertária. Em relação ao aborto e
drogas também! Odeio maconha e outras drogas, me previno de ter filhos quando
namoro o quanto posso, mas é por isso que vou ignorar quem não faz isso ou age
como eu? Não né!? Porque cada um gosta, faz e vive como lhe apraz ou pode e
ninguém deve impor-se a mim, nem eu a ninguém, por isso o jornalista sempre
será um perfeito sem noção para mim.
Enfim, sou a favor da descriminalização das drogas
e aborto, mesmo que eu não simpatize com eles! E com este exemplo acabo a minha
parte nesta discussão: não coloque palavras na boca do povo, parça, porque,
aqui, pra burro ninguém serve! Aliás, o verdadeiro burro é quem menospreza a
inteligência alheia como este "auto" protecionismo da classe
jornalística que tenta colocar o povo fã do falecido como algoz e não como
ofendido.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 29 de junho de 2015.
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