Sobre homens e vinhos secos.
Lá pelo fim de 2006 eu conheci uma pessoa natural
de uma cidade próxima a minha. Na época eu fazia pós-graduação quinzenalmente na
FESMP/RS (Fundação Escola Superior do Ministério Público do RS) em Porto Alegre
onde conheci uma moça “egressa” da cidade do individuo que, em menos de 5 dias,
eu já estava namorando.
Todavia, na ânsia de “colher” informações sobre o sujeito
omiti o namoro dela e pedi se o conhecia e o que pensava a respeito dele. De
tudo o que podia me contar ela simplesmente disse que ele “é um cara antipático
que se achava, diferente de mim que sou sorridente e alegre”.
Bem, isso não me soou nada ruim, porque eu sempre
fui da opinião de que namorado meu não precisa ser muito simpático com todo
mundo mesmo, sendo comigo e com os “meus” está ótimo. A menina viu nossa foto
num desses jornais virtuais e nunca mais falou comigo, perdi a “amiga”, mas
este não é o meu foco aqui, assim como não foi há quase uma década.
A realidade é que todo bônus tem um ônus e vice e
versa. Homens que se dizem românticos e que são meigos, via de regra são demasiado
“galantes”. E quem galanteia você minha amiga, galanteia quem lhe convém. Que
tipo de galanteio me refiro? Elogios exacerbados, simpatia direcionada a todos os
lados.
Tem homem que acha lindo ser assim, elogiar
mulheres diversas porque lhes acha bonitas ou tem algum interesse, ou mesmo que
não tenham, sei lá! E de 2006 para cá e a cada novo amigo que faço eu concluo
que eu prefiro homens de poucas palavras, pouca lábia e poucos elogios.
Eu sei que bem dos meus atributos físicos e
intelectuais, sou demasiado segura de mim e não careço de elogios constantes,
logo, prefiro arriscar-me com um sujeito de “poucas palavras” do que com um
galante que recita Vinicius de Moraes para mim. Homens “antipáticos” e
fechados, como aquele com quem acabei me casando, sabem a quem direcionar a atenção
e costumeiramente são verdadeiros sobre o que sentem, quando sentem.
Podem ser grosseiros às vezes, mas dificilmente
usam o “verbo” para encantar e, nos dias atuais, isso me é muito interessante. De
lá para cá meus namorados dizem que me amam na primeira ou segunda semana de
namoro e, quando termino com eles, nenhum sofre como aquele sofria com o meu
afastamento eventual.
Sou da opinião de que elogios devem ser dados na
exata proporção da atenção recebida pelo elogiado do contrário a situação parece
mais patética do que nobre. Tipo esses “galanteadores de facebook” que, às
vezes, são casados ou comprometidos! Sabe esses que confundimos como puxa-saco
e etc.? Elogiar a foto ou o intelecto de quem é com ele afim, dialoga e dá
atenção até não é nada estranho, mas “babar ovo” em quem nem liga para a sua existência,
ao meu ver, soa desesperador e feio, muito feio.
E dizer que sou em quem reclama da falta de
romantismo atualmente! Sinceramente? Se for para ser doce e “bom com as
palavras” com todo mundo eu prefiro que não seja nem comigo, às vezes um “bruto,
rustico e sistemático” tem seus encantos.
Aquele do inicio do texto teve, enquanto durou a relação,
mas eu tinha a senha do e-mail dele, do MSN, ele não tinha Facebook ou Orkut (sim,
eu sou “vintage”!), o celular era desbloqueado e até trabalhávamos o dia inteiro
juntos.
Sinceramente e com exceção do trabalho no mesmo
ambiente, que é algo bastante “temerário”, eu curtia! Fato é que, realmente, a
maioria dos homens é como os vinhos que eu, pessoalmente, gosto: melhoram com o
tempo (sem azedar) e são secos, porque doce ou “suave” me dá náusea e a maioria
da mulherada adora.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 23 de junho de 2015.
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