Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 28 de junho de 2015

Do “feliz, mas indignada” ao “feliz, muito feliz, felicíssima” e a homofobia, a intolerância e as pessoas inteligentes.

Do “feliz, mas indignada” ao “feliz, muito feliz, felicíssima” e a homofobia, a intolerância e as pessoas inteligentes.

Desde novinha eu sou uma pessoa que fica exultante de felicidade por coisas singelas, minha mãe me disse outro dia que isso é “saber” ser feliz, eu já lhe respondi dizendo que isso é ser feliz!
Eu sou feliz e nem em todos os momentos fico “exultante” afinal vivo num mundo agitado, tenho obrigações, não tenho a quantidade de dinheiro que meu bom gosto exige e não consigo fazer todo mundo que mora no meu coração ser tão feliz como eu. Isso sem contar que o convívio humano é uma constante provação a nossa inteligência emocional, mas, de toda forma, termino este sábado exultante!
Há pouco comentei com amigas num grupo o quanto a ignorância de pessoas fanáticas religiosas e de outros “pró-heterossexualidade” e “família convencional” me indignam, sobretudo e é claro, quando eles se intrometem nas minhas postagens vez que, dotada de excelente educação que sou, não me meto nas postagens bíblicas ou desarrazoadas dos outros. Resigno-me a exclusão e ponto final.
Na verdade, ontem foi o dia internacional de excluir quem cita o Levítico (porque só leu dele o que lhe convém), quem publica qualquer asneira com "#orgulhohetero" no face e quem resolve falar da fome na África só para fazer pouco caso da homofobia no Brasil e no mundo, como se uma “causa” desmerecesse a outra.
Sou hetero com "H" maiúsculo, mas a minha mente não se restringe ao meu lindo umbiguinho e outras partes mais "abaixo" dele, afinal, além de combatente da hipocrisia eu sou defensora da liberdade! Em todas as suas diversas formas, porque o importante é ser feliz e mais nada! 
O facebook, no entanto anda um festival de discussões onde pessoas que dizem respeitar, mas “biblicamente” não aceitam a união homoafetiva, ao invés de resignarem-se calados com os “arco íris” que circundaram as fotos de perfil de quem apoia a união acabam postando versículos bíblicos desarrazoados.
Desarrazoados por que? Porque o mesmo livro que condena a união homoafetiva condena inúmeros outros absurdos, como cortar o cabelo, fazer a barba, comer carne de porco, ter mais de uma planta no mesmo jardim e absurdos afins.
Pois eu não mudei a foto porque, apesar de digna a conquista estadunidense não é novidade no Brasil! Aqui os gays podem se casar desde 2013, havendo decisões excelentes a respeito desde 2011, em que pese a intolerância de alguns homofóbicos.
 Aqui a homofobia é que deve ser vencida, além da intolerância religiosa, sua "prima". Acredite, nem só de corrupção e de presidentes desonestos e estúpidos o nosso País é feito! Valorizemos a evolução, proveniente, sobretudo de decisões judiciárias vanguardistas! Neste ponto, um salve ao Tribunal de Justiça gaúcho e a grande Maria Berenice Dias que, desde sempre, interpretou a Constituição Federal com o respeito que ela merece!
De resto, os meus parabéns a população gay pela conquista nos EUA e um "foda-se" para o povo insosso e desnecessário que reclama das mudanças das cores no perfil! A eles, um salve a mandioca no melhor estilo "dilmista" (leia-se, estúpido) de ser!!
Pois bem, mas, retornando ao tema do texto, o que me fez sair do ponto “feliz, mas indignada” para o ponto “feliz, muito feliz, felicíssima”? A leitura de algumas postagens de jovens alunos e conhecidos meus, o bom senso de pessoas que merecem ser admiradas, o equilíbrio, a sensatez, o coração aberto e o desprovimento de preconceito e daquela infame troca de argumentos plausíveis e racionais por intolerância de alguns!
Vejo e confirmo que maturidade, mente aberta e inteligência em nada se relacionam com classe social, certidão de nascimento e nível de instrução, vez que vejo tantas pessoas, teoricamente instruídas, com ideias mais tacanhas do que a de pessoas que não findaram o ensino primário, vejo jovens mais maduros do que adultos, pobres mais sensatos que ricos. Enfim, como é bom ter esperança e poder dizer: “Jovem, eu te admiro!”.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 28 de junho de 2015.


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