Pequena grande crônica sobre a imensa pequenez de espirito
dos recalcados.
Na maioria das muitas vezes que ouço gente se
implicando com as roupas, forma de ser e aparência alheia eu olho para o
criticado com bons olhos: você já viu gente feia, insossa e sem graça sendo
reparada negativamente?
Eles comumente são os "coitadinhos",
"inteligentes", “gordinhos felizes”, “alternativos” e etc.. Agora, o
bonito, o autêntico e o feliz vive difamado pelos outros! A mesma beleza que
atrai pessoas felizes com elas mesmas, causa repulsa em gente invejosa, em
gente que não se garante e não gosta da imagem que vê refletida no espelho.
Enfim, espíritos feios precisam disso para se
sentirem menos insignificantes. Espíritos feios, independentemente do corpo que
ocupam, precisam da desumanização, do malbaratamento, da critica e do enxovalho
ao belo, ao diferente, ao magro, ao “gostoso” e ao “atraente” para se sentir
menos sem graça no mundo.
Nunca esqueço que quando comecei a faculdade e ia
na aula com roupa de academia, porque aos 17 anos eu era super fitness (sim,
meu amigo há pouco mais de 15 anos) numa aula de Teoria Geral do Direito
Privado (“vulgo” TGDP 1), o meu melhor amigo observou e achou uns bilhetes em que
umas colegas falavam da minha calcinha. Obviamente minúscula!
E foi dai para frente que eu percebi que até um
inocente traseiro que abriga uma infeliz calcinha (missão carrasca ser calcinha
de "malhadora") ofende quem não cuida do seu e da sua peça intima.
Não existia whatts ou facebook naquela época e elas
não queriam gastar com mensagem SMS falando da bunda e calcinha alheia. Ao
menos eram sensatas, haverei de convir. Até fico feliz por lembrar que o índice
de reprova na matéria era quase 85% e minha média naquele semestre foi um
belíssimo 9,0!
Cuidar da sua vida, da suas roupas, da sua bunda e
do seu cérebro, desde sempre, pode ser muito recompensador, experimente! No
mínimo você terá um traseiro mais duro, vai poder usar calcinhas minúsculas e,
de quebra, irá angariar conhecimento técnico ou cultura geral!
Recordei-me agora que, há alguns meses uma pessoa
extremamente desagradável e esteticamente feia que tive o azar de conhecer
achou que estava “ficando” com um conhecido que transou com ela a base de “luz
apagada” numa noite, creio, infame.
Essa criatura com a qual, na época, eu socializava,
me levou dar voltas de carro com outra amiga intima minha após jantarem na
minha casa, enquanto caçava o endereço de um outro sujeito que ela achava que ia
“namorar” com ela e parou num final de festa estupido, pois um sujeito que
estava urinando na rua a chamou (sim, faça ideia do “nível” desta “digníssima”
pessoa).
Eu nem vestida adequadamente estava, trajava um
vestido horrendo que parecia uma camisola, estava de chinelinho e tive graves
problemas intestinais até então despercebidos e provocados por aquela companhia
laxativa. O que havia de mais bonito, simpático e interessante naquele lugar,
além da cerveja e de um resto de carne que por lá “jazia”, era uma jovem que
estava “ficando” com um dos anfitriões ou sei lá!
Uma moça simpática, sorridente, bonita, educada e
gentil. Dialogamos um bom tempo! Sabe o que aquela criatura horrenda fez automaticamente?
Fez-se de santa e sequer uma cerveja bebeu, cercada por seu abdômen roliço
começou a mandar mensagem para quem? Para o sujeito que, ela descobriu, era
ex-marido da bonita da festinha. Aquele “um” que deu uma de “São Jorge” com ela
na tal noite “deduzivelmente” infame (pra ele, claro)!
Daí eu pergunto: pra que isso jovem? Pra que chamar
a moça de piriguete, de biscate, de mil coisas se ela estava fazendo o que toda
mulher dona de seu nariz e separada há pouco tempo faz? Se divertindo, dando
risada, bebendo e beijando na boca! Algo normal, algo comum no universo do meu
modesto entendimento balzaquiano da vida!
Ah, mas não para quem precisa denegrir os outros
para se “aparecer” né?! Cuidar de si, meu caro, cuidar da sua vida e não da
alheia é atributo único de quem se ama, o resto é balela de gente mal amada. “Beijinho
no ombro pro recalque passar longe!”. Vai que esta filosofia “valeskapopoziana”
funciona com este tipo abjeto de gente. Não custa tentar!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 24 de junho de 2015.
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