Das paixões doentias e confusões “de amor”.
Sobre o amor muito se fala, muito se falha e muito
se confunde: tesão com amor, paixão com amor, carência e dependência com amor.
Aliás, sobre a dependência: ela é inerente a paixão! Mas não a qualquer paixão,
mas a tal da paixão doentia e infame.
Daquelas que faz você esquecer de si mesmo, perder
a razão, mandar a racionalidade para o inferno e se jogar de cabeça ao domínio
do outro. Paixões doentes cerceiam o livre arbítrio das pessoais.
Elas pensam que se comandam, mas se tornam joguetes
do outro. Se a paixão doentia for mútua a situação fica mais complexa: um pertence
ao outro e nenhum zela por si. Amar é ser seu e estar no coração do outro,
apenas. Sem comando, submissão ou dependência.
Aliás, paixão assim avantajada parece droga! Você
vicia no outro, tem abstinência e taquicardia diante da possibilidade de perder
a sua presença e o seu afeto. Nem todos precisam viver uma relação apaixonada e
perniciosa para amadurecer, existem pessoas com mais sorte.
Eu vivi há anos e digo para o mundo: não queira!
Tal qual um drogadito você padece para superar, esquecer. A solução será sempre
a distância. A proximidade causa vontade, ansiedade. Você sabe que não deve e
você nem quer, racionalmente falando, mas algo de maligno em você lhe conduz na
direção de seu objeto dominador.
Hoje em dia, se eu quiser perder o controle com
dignidade eu tomo um pileque ouvindo meu amigo Mirosmar ou algo assemelhado e
romântico. É mais barato, se perde menos tempo e, caso se perca a racionalidade
e a lógica não haverá dor de paixão no coração no outro dia!
Acredite, ressaca é bem melhor. Antes perder-se de
si e continuar sendo seu do que perder-se com sobriedade e pertencer ao outro,
pois se tem algo difícil de recuperar é nós mesmos quando nos entregamos a
alguém.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 03 de junho de 2015.
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