Arrependidos
Eu não acredito em purgatório, umbral ou coisas assemelhadas, eu acredito em arrependimento, eu acredito na tristeza do homem que chora e roga aos céus: “Deus, me perdoe, porque eu não consigo.”
Nada pode ser pior do que isso para uma pessoa, nada pode ser mais doído do que olhar para o passado e lembrar as decisões erradas e de efeito moral avassalador e deprimente para com uma pessoa bondosa, que lhe devotou seu amor, sua dedicação.
É certo que de nada adianta remoer lembranças, todavia quem se arrepende do que fez ou deixou de fazer não consegue viver sem dar uma “olhadela” no seu passado, o arrependimento lhe impede de seguir olhando apenas para o amanha.
Não à toa eu afirmo que é preferível ser magoado a magoar, só Deus sabe a tristeza que aquele que lhe feriu guarda num cantinho trincado de seu coração. Se você é ferido, demora, mas você se recupera, consegue até perdoar o outro, se você feriu, talvez nunca consiga se perdoar.
A vida de nenhuma pessoa é a mesma depois de ter sido injusta e ter magoado quem não merecia, aliás, ninguém merece ter seus sentimentos legados ao desprezo. Se a pessoa que erra e lhe magoa não é psicopata ela terá uma longa trajetória de vida sentindo o gosto amargo e quase venenoso do arrependimento.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 10 de setembro de 2011.
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