Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 11 de setembro de 2011

Intransigência afetiva

Intransigência afetiva


Algumas coisas seriam realmente cômicas se não fossem lamentáveis e tristes, porque tolas e vazias de sentido. Existem pessoas tão intolerantes que são incapazes de começar um relacionamento porque elas querem ser compreendidas sem compreender, tem uma visão unilateral de tudo o que ocorre, logo, se vêem sempre com a (maldita) “razão”.
Sim, “maldita” porque crer que se tem “razão” e “brigar” por ela é típico de seres primários, de pessoas imaturas e menos experientes e sábias do que acham que são, aliás, bom seria se as pessoas fossem boas em 50% em relação ao que acreditam ser.
Certo estava o Renato Russo quando cantou e afirmou que “todos têm suas próprias razões”. Cada ser humano abriga em si um mundo de experiências, de frustrações, de receios, de desejos e expectativas, ninguém está errado porque pensa de forma diversa da sua, não existe superioridade entre as pessoas, existem apenas diferenças.
Há quem espere demais, há quem deseje de menos e há quem não consiga compreender as expectativas alheias por serem diversas das suas e, assim, julgam o outro como “errado” ou inferior a eles. As pessoas são complexas, é preciso muito convívio, afeto, braços dados, separados, embates, discussões (civilizadas, claro), encontros e desencontros, para, enfim, podermos dizer que “conhecemos” alguém, e, ainda assim, jamais conheceremos todos os espaços e cantinhos de sua alma.
Todavia, as pessoas intransigentes e afetivamente intolerantes mal entabulam uma relação e querem ser “conhecidas”, decifradas, compreendidas, ao mesmo tempo em que superestimam o outro sem conhecer seus medos, suas fraquezas, suas necessidades básicas de carinho e atenção. Desistem fácil porque não tem compaixão e não tentam entender o que a outra pessoa sente, tendo em vista seu jeito de ser e pensar diverso do seu, para dizer o mínimo.
Tais pessoas complicam tudo do alto de seu orgulho, não compreendem, não relevam; talvez porque sejam realmente duras de coração, talvez porque não reconheçam sua imperfeição e esperem a perfeição alheia, talvez porque sejam incapazes de amar e se entregar de coração a um relacionamento, porque quem não consegue se colocar no lugar do outro e, ao menos, tentar compreende-lo, jamais conseguirá amar realmente alguém.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 11 de setembro de 2011.

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