Coração
e amor
O
amor só existe de verdade quando você não consegue explicá-lo, ele prescinde de
explicações. Não é o carinho do outro, não é a inteligência, a força, a beleza,
o carisma, não é a conta bancária, não é o carro bom, não são os seios fartos
ou o sorriso aberto, não é a doçura, o respeito e a devoção.
Você
não ama, porque o outro lhe ama, você não ama, porque o outro faz o possível e
o impossível por você, você não ama, porque resolve “amar” alguém, porque a pessoa
é boa, honesta e pacienciosa.
Infelizmente,
no amor você não tem opções. Você pode escolher com quem você vai sair jantar,
com quem você quer transar, quem será um bom ouvinte ou um parceiro legal para
um pileque, mas a quem amar você não poderá escolher.
Seria
fácil se você pudesse mandar no coração e dizer: “Eu vou amar essa pessoa, ela
me ama, me admira, me adora, então eu vou amá-la!” As escolhas que mais lhe
afetam, os sentimentos que mais tocam a sua alma, não são escolhidos
racionalmente, é como se eles, simplesmente, “acontecessem” em seu interior sem
que o seu arbítrio tenha, realmente, força e efeito.
O
sentimento que mais afeta o seu íntimo, que lhe anima, que lhe leva às nuvens, não
depende de sua vontade para acontecer. Você pode escolher quem beijar, para
quem você vai desenhar um coraçãozinho num papel, mas nunca conseguirá escolher
quem irá se apoderar de parte de seu coração;
Você
ama quando não consegue explicar os motivos do amor, se você os explica, é
porque você gosta, afinal quando você amar de verdade, não encontrará palavras
para traduzir os seus sentimentos. Sim, meu amigo, existe, realmente, um pouco
de loucura no amor, mas, quem disse que não vale a pena ser louco de vez em
quando?
Passo
Fundo, 30 de maio de 2012.
Cláudia
de Marchi
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