Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sem adivinhações!


Sem adivinhações!
Pessoas sofridas tentam fugir das frustrações que outro ser humano pode lhes causar, mas elas não conseguem fugir da paixão. Você pode não querer se envolver profundamente com alguém, mas se você se envolve um pouco e passa a admirar essa pessoa, seus planos autodefensivos começam a ir para o espaço.
É impossível fugir dos ditames do seu coração, a menos que você o tranque a cinco chaves, a menos que você não fique com quem lhe desperta carinho, a menos que você se torne volúvel, mas gélido de alma, esquecendo-se que tem sentimentos, a menos, enfim que você se torne totalmente antissocial.
Boa parte das pessoas sofridas inventa mais tarefas no trabalho, inventa leituras, se imerge em preguiça de sair de casa, se apega a própria rotina, a amigos e a quaisquer outras tarefas para não entabular um relacionamento sério com alguém, essas pessoas se convencem de que estão melhores na solidão, porque o difícil no se relacionar é, além de colocar o seu coração em risco, ter outro para cuidar, o que implica numa grande responsabilidade. Responsabilidade da qual você pode tentar fugir, mas nem sempre irá conseguir.
De repente você conhece alguém e seu cheiro lhe embriaga, o toque lhe afrouxa as pernas, o beijo faz você esquecer-se de tudo, os carinhos lhe levam para outra dimensão, você começa a sentir coisas estranhas na sua presença, uma vontade imensa de abraçá-la e não deixá-la ir, de repente a sua ausência lhe deixa ansioso, pensativo, agitado. Enfim, de repente o seu escudo cai e você fica desprotegido, então você vê que está sujeito a dores e decepções.
São riscos que valem a pena correr, mas são riscos que amedrontam. De repente você fica a flor da pele, se emociona fácil, começa a ter medo do amanha, de repente você se torna um pouco tolo, um pouco inseguro e se esquece dos seus outros anseios de vida enquanto divaga, pensando: “Ai, se eu pudesse saber o que se passa em sua mente!”.
Se você realizasse tal desejo de repente seria plenamente feliz ou abortaria os seus sentimentos antes deles criarem raízes dentro de você, antes do seu apego aumentar, antes de você se iludir e sofrer, o que não seria ruim, na verdade seria uma benção!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 21 de maio de 2012.

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