Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Vitimas?


Vitimas?
Eu já convivi com muitas vitimas para não confiar na sua inocência. Para cada gesto de seu algoz existe uma atitude ativa ou passiva delas que o justifica ou, pelo menos, lhe explica.
Não existem vitimas inocentes. Existem vitimas espertas, existem vitimas metidas a espertas, existem vitimas tolas, existem vitimas falsas. Todavia, a menos inocente delas é culpada por ser leviana, por ser burra.
Inocente no mundo, só aquele que morreu na cruz. Quanto mais santo ou virtuoso um homem tenta se mostrar, menor é o seu valor. Pessoas valorosas agem, se calam, vivem, não precisam apregoar virtudes ou inocência.
Desconfie de quem se faz de vitima, desconfie do homem para o qual todo mal acontece “sem” que ele tenha demérito algum. Ou o sujeito é culpado por atos que você desconhece, (mas Deus não), ou ele sabe o que faz e porque sofre, mas quer lhe enganar.
Você pode se considerar vitima de uma paixão doentia, de uma ilusão, de uma amizade na qual você se sentiu traído, você pode se considerar vitima da mentira e do engodo alheios, de certa forma, você pode até sofrer por ser iludido e enganado, o que é ridículo, é não assumir que você se distraiu e criou vinculo com quem não devia.
A vida sempre dá sinais, a vida “interage” com você, quem lhes ignora não pode crer que foi vitimizado pelo que de ruim adveio da própria teimosia e insistência. O amante maldoso e ruim sempre dá uma pista de que não é bondoso, o amigo falso dá sinais de falsidade, e os mentirosos sempre falam verdades brincando, eles fedem a hipocrisia, e a verdade chega até seus ouvidos. Se você não vê o óbvio é “culpado” por imaturidade, não se considere um inocente.
As pessoas gostam do que lhes faz sentirem-se bem, elas gostam de sentir prazer, por isso se entregam a relacionamentos com pessoas toscas, mantém amizades e relações superficiais, enfim, de uma forma ou outra, seja pela satisfação de uma paixão inconseqüente ou por qualquer contentamento vão, elas só mantêm por perto o que, no momento, lhes agrada, lhes convém.
Eu já acreditei em muitas “vitimas” da maldade e das más intenções alheias para aprender que elas não existem, são apenas uma “fabricação” de mentes mais pérfidas do que as daqueles que “tentam” lhes prejudicar ou, ao menos, retribuir-lhes o mal feito na mesma ou em moeda assemelhada.
Ninguém é inocente desde que saiba falar, ninguém é inocente quando se faz de inocente. Os inocentes choram calados, os inocentes se contorcem de dor, eles não se sentam com um grupo para contar-lhe quão bondosos, valorosos, mas desvalorizados e sofridos, eles são.
Os inocentes não apregoam inocência, as vitimas não enumeram os atos que lhes vitimaram, ou por vergonha na cara, ou por tristeza ou porque sabem que poderiam ter sido mais inteligentes e espertas, mas não foram, faltou-lhes maturidade, faltou-lhes racionalidade.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 02 de maio de 2012.

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