Normal
Eu gostaria
de saber a definição prática da palavra "normal", porque têm dias nos
quais, definitivamente, eu chego à conclusão que, por exclusão, normal é tudo o
que não me cerca, tudo o que não é tangível ao meu toque, tudo o que esta
distante de mim, tudo o que eu não vivi, mas, ao mesmo tempo, é tudo o que eu
queria para mim.
Eu não
quero demais, não quero o melhor do mundo, as maiores riquezas, os melhores
elogios ou amantes, não quero perfeição, mas desejo a sinceridade, a espontaneidade,
o equilíbrio psíquico. Eu só quero que o normal, um dia, me encontre, me cerque
e fique ao meu lado. E se um dia eu achá-lo, lhe abraço e não largo mais!
Quando
falo em normal, me refiro a pessoas seguras de si, mentalmente sãs, bem
resolvidas, sinceras, honestas, alegres, bondosas, pessoas que não se perdem em
ambição, frivolidade ou desejos tolos, que não são grosseiras, que não são
violentas verbal ou fisicamente com ninguém.
Pessoas que não perderam a empatia e a capacidade de se
colocar no lugar do outro. Falo de pessoas moralmente justas, batalhadoras,
comuns, normais. Compreendo que o normal, hoje em dia, possa ser anômalo, mas
me refiro à necessidade da existência do mínimo de saúde psíquica e mental, o
que ouso chamar de "normalidade".
Por exemplo, o normal, para mim, é ter saúde física e
mental, isso é o comum, é o "ordinário", adoecer é anormal, sendo
assim, considero-me "normal" e procuro uma pessoa normal, um meio de
viver com pessoas equilibradas e normais.
Não me refiro aqui,
ao fato de que ser vulgar, fútil, malicioso e desonesto esta virando algo comum,
banal e "normal" nos dias de hoje, me refiro à normalidade enquanto
indício de saúde espiritual, psíquica, mental e moral.
Sou uma pessoa normal, falo de sentimentos e relacionamentos
normais e dos incomuns também, é claro, todavia, o anormal, o estúpido, o vazio
de sentimentos, respeito e afeto, o que emerge do desequilíbrio eu chamo de
anormal, mas me inspira mesmo assim. Uma coisa é algo anormal, outra
coisa é o normal, porém especial, e é disso que carece o mundo.
Cláudia
de Marchi
Passo
Fundo, 30 de maio de 2012.
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