Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Normal


Normal

Eu gostaria de saber a definição prática da palavra "normal", porque têm dias nos quais, definitivamente, eu chego à conclusão que, por exclusão, normal é tudo o que não me cerca, tudo o que não é tangível ao meu toque, tudo o que esta distante de mim, tudo o que eu não vivi, mas, ao mesmo tempo, é tudo o que eu queria para mim.
Eu não quero demais, não quero o melhor do mundo, as maiores riquezas, os melhores elogios ou amantes, não quero perfeição, mas desejo a sinceridade, a espontaneidade, o equilíbrio psíquico. Eu só quero que o normal, um dia, me encontre, me cerque e fique ao meu lado. E se um dia eu achá-lo, lhe abraço e não largo mais!
Quando falo em normal, me refiro a pessoas seguras de si, mentalmente sãs, bem resolvidas, sinceras, honestas, alegres, bondosas, pessoas que não se perdem em ambição, frivolidade ou desejos tolos, que não são grosseiras, que não são violentas verbal ou fisicamente com ninguém.
Pessoas que não perderam a empatia e a capacidade de se colocar no lugar do outro. Falo de pessoas moralmente justas, batalhadoras, comuns, normais. Compreendo que o normal, hoje em dia, possa ser anômalo, mas me refiro à necessidade da existência do mínimo de saúde psíquica e mental, o que ouso chamar de "normalidade".
Por exemplo, o normal, para mim, é ter saúde física e mental, isso é o comum, é o "ordinário", adoecer é anormal, sendo assim, considero-me "normal" e procuro uma pessoa normal, um meio de viver com pessoas equilibradas e normais.
 Não me refiro aqui, ao fato de que ser vulgar, fútil, malicioso e desonesto esta virando algo comum, banal e "normal" nos dias de hoje, me refiro à normalidade enquanto indício de saúde espiritual, psíquica, mental e moral.
Sou uma pessoa normal, falo de sentimentos e relacionamentos normais e dos incomuns também, é claro, todavia, o anormal, o estúpido, o vazio de sentimentos, respeito e afeto, o que emerge do desequilíbrio eu chamo de anormal, mas me inspira mesmo assim. Uma coisa é algo anormal, outra coisa é o normal, porém especial, e é disso que carece o mundo.

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 30 de maio de 2012.

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