De fora
Não espere ouvir de bocas alheias o que apenas o
seu coração sabe. Os outros acham, você tem certeza, eles falam, você se cala.
Todavia, não tente persuadi-los, eles sempre vão crer que a razão lhes
acompanha, do contrário também silenciariam.
Todo homem é mais sapiente no julgar do que no
escolher, do que no seu próprio viver, então, para sentir-se bem, para
sentir-se mais sábio, mais inteligente e menos errante, ele julga, ele critica
e se faz de juiz da vida alheia.
Do lado de fora as pessoas vêem o que os de dentro não
percebem, mas, seguidamente, é de fora que se vê o que não existe, é de fora
que se despeja na moral do outro o que existe na sua: malicia, maldade, inocência,
amor frustrado, frustrações familiares e afetivas, etc..
Julgar fatos e experiências é algo mais ameno,
todavia, julgar a moral do outro e o que existe em seu coração com base no que
se acha que “sente” ou vê a seu respeito, é demasiado vil, é quase um pecado. Analisar
fatos é uma coisa, mas querer analisar os sentimentos alheios é algo por demais
de arrogante.
De fora é mais fácil ver as mancadas, os atos
tolos, a paixão cega e latente, as intenções mal elaboradas, a vileza e os
erros do outro. Mas, quando é você quem esta dentro e o outro quem esta fora, você
se torna o tolo, o iludido e, quiçá, o mal intencionado que tenta se enganar
sobre as pessoas de quem se cerca.
Quem esta de fora pode ver, realmente melhor, por
outro lado, quem está envolvido em afeto, simpatia, paixão, carinho e convivência,
se ilude e aceita o inaceitável, mas acha que os atos de quem julga são inaceitáveis.
Quando a pessoa esta dentro e não fora, ela age de forma tosca, tão ou mais tola
do que a daqueles que critica quando esta do lado de fora.
Cláudia
de Marchi
Passo
Fundo, 06 de maio de 2012.
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