Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 12 de maio de 2012

O bom da paixão

O bom da paixão
Algumas pessoas gostam de banho frio e leite morno, outras não. Algumas pessoas acreditam no poder do tempo para fortificar os laços num relacionamento, eu acredito na força dos laços para que o relacionamento dure algum tempo.
Não acredito em relacionamento sem paixão. Eu preciso me sentir apaixonada, eu preciso das borboletas no estômago, do suor nas mãos, do calor no corpo e do coração acelerado. Eu gosto de perder o chão, o sono, a fome e um pouco do equilíbrio por paixão.
Isso tudo me anima, me entusiasma, me faz sentir mais viva, mais entusiasmada com o que pode vir do relacionamento, me faz ficar ao lado de alguém para ver se a paixão corresponde a um amor puro e verdadeiro ou só a uma atração forte, mas barata.
Eu gosto de ficar menos racional, eu gosto de perder a frieza e a sensação de ter dificuldade para conviver com alguém e ceder espaço na minha rotina para outro indivíduo. Eu gosto daquele instinto que não me deixa ficar cansada ou desanimada, eu gosto da necessidade de sentir o cheiro, de tocar na pele e se jogar na cama com alguém.
É preciso ter vontade do outro, da voz do outro, do toque, do beijo, da pele, do abraço, do cheiro, do corpo. É preciso paixão, se não nada feito: finda o que nem deveria ter começado. A paixão não surge com o tempo, ou é a primeira vista ou “ao primeiro toque”, ou não aparece, não adianta tentar.
O ato de se apaixonar por pessoas é parecido com o de escolher uma bolsa cara: ou você olha, se encanta e perde a razão a ponto de pagar algo em torno de 4 “dígitos” por uma bolsa, ou você se anoja e deixa de olhar até para a vitrine da loja por uns tempos.
Sem paixão, porque namorar? Sem paixão, porque se envolver, porque atender ligação, mandar mensagem e dormir junto? Na verdade, sem perder um pouco a racionalidade por paixão ninguém namora, ninguém se une com outra pessoa, ninguém casa! Apenas pessoas frias, mal intencionadas e interesseiras mantêm um relacionamento na ausência da paixão.
A paixão é uma espécie de anestésico emocional, graças a ela você releva defeitos, diferenças, você perdoa gafes e palavras mal colocadas, você acredita demais, você confia demais, o que, sem duvida, pode se tornar prejudicial com o decurso do tempo, mas, afinal, se não for para confiar plenamente, porque se relacionar com alguém?
É por paixão que mesmo cansado você vai ao encontro da pessoa que lhe corresponde, é por paixão que você a aceita com barba mal feita e fisicamente exausto, por paixão você enfrenta estrada perigosa, pega ônibus ruim, acorda cedo e dorme tarde, sem se lamentar ou achar ruim. É por paixão que você espera abrir uma “janelinha” no MSN como quem espera um milagre divino! Graças à paixão você vê a vida em tons de rosa!
Se paixão é loucura, eu digo que gosto de perder a sensatez, eu gosto de me envolver intensa e profundamente. Depois de algum tempo sozinha, a gente se acostuma com a solidão, logo, apenas uma paixão intensa pode balançar nossa (tão bem) constituída “estrutura” para nos fazer mudar o rumo e sair da nossa zona de conforto solitária. Paixão é como álcool, tem seus efeitos colaterais, mas se fosse realmente ruim, ninguém ingeria.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 13 de maio de 2012.

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