Sexo e alarde

Sexo e alarde

Odeio essa ignorância de homem de quinta categoria que fala "eu comi a fulana". Desprezo todas menções vulgares, tipo eu "peguei", eu "dei". Tenho asco a essas afirmativas. Você transou com o cidadão ou cidadã e ponto final! Isso não é troféu para ser exibido, nem poema para ser recitado, ou melhor, gritado aos quatro ventos!

Tenho ojeriza a pessoas vulgares e toscas. No que tange a sexo, ninguém "come" ninguém, ninguém se aproveita de ninguém: sexo é "aproveitamento" mútuo, curtição mútua, do contrário seria estupro. Você pega gripe, pega DST se fizer sexo sem camisinha, mas gente você não pega, você tem relações. Dá mesma forma que corpo você não dá, você usa. Corpo não é esmola para ser dado!

Sexo é intimidade e, como tal, não precisa ser compartilhada em mesa de bar. Quem faz isso ou é ruim de cama, ou mente demais ou é imaturo e infantil, ou todas essas possibilidades, o certo é que não é uma pessoa decente em nada do que diga ou faça.

Sexo não é indecoroso, não é indecente, nem novidade para ninguém. Você pode ter transado com alguém interessante ou bonito, mas não descobriu nenhum planeta, portanto, o melhor a fazer é silenciar.

Apenas pessoas infantis saem contando aos quatro ventos a sua intimidade, apenas pessoas tolas caem na vulgaridade de divulgar a intimidade alheia e pessoal. Fazer sexo não é imoral, imoral é contar para quem não esteve presente os detalhes do que ocorreu.

Homens não comem mulheres. Nos dias de hoje são as mulheres que escolhem quem elas desejam e com quem querem passar alguns momentos, aliás, sob um ponto de vista demasiado prático, superficial e “técnico”, nunca foram “eles” quem “comeram” “elas”.

Pessoas não são churrascaria e restaurante recém inaugurados, logo, você não precisa fazer propaganda ou depreciar para quem ainda não freqüentou. Pessoas merecem respeito. Quem fala demais faz propaganda sim, mas da sua própria imbecilidade e total ausência de “talento”.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 11 de maio de 2012.